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Grevistas pedem pausa no ano letivo

publicado: 06/06/2024 08h56, última modificação: 06/06/2024 08h56
Calendário acadêmico pode ser suspenso enquanto houver paralisação, para não prejudicar os estudantes
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Docentes e servidores técnico-administrativos se manifestaram durante reunião realizada na reitoria da UFPB | Foto: Leonardo Ariel

por Sara Gomes*

O Comando Local de Greve dos docentes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) solicitou ao Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão (Consepe) a suspensão do calendário acadêmico 2024.1. Isso significa que a contagem dos dias letivos seja interrompida enquanto perdurar o movimento grevista. O pedido foi feito ontem, durante reunião extraordinária realizada na reitoria do Campus I.  A reivindicação será encaminhada à Secretaria dos Órgãos Deliberativos Superiores (Sods) da UFPB e será analisada pela relatora Bagnólia Costa até segunda-feira (10).

Hoje, a partir das 14h, os docentes e os servidores técnico-administrativos da UFPB (também em greve) participam de uma audiência pública na Assembléia Legislativa da Paraíba, convocada pela deputada Cida Ramos. Na sessão, o movimento grevista dialogará com os parlamentares e sociedade paraibana sobre a greve da educação federal.

O secretário-geral da Associação dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba – Seção João Pessoa (AdufPB-JP), Fernando Cunha, explicou que a suspensão das atividades acadêmicas eletivas tem a finalidade de preservação dos direitos e segurança estudantis, não podendo ser confundida com férias, recesso acadêmico ou mesmo cancelamento das aulas e do semestre. “Não queremos prejudicar os estudantes nem reduzir o tempo do semestre. Portanto, o nosso compromisso é de fazer valer o calendário conforme a legislação, assim que acabar a greve”, frisou.

Desde 2023, as universidades federais estão em negociação com o Governo Federal. Além do reajuste salarial, a pauta envolve melhores condições de trabalho e infraestrutura na universidade, garantindo mais verbas para custeio e compras de novos equipamentos. No ano passado, o Governo Federal concedeu um aumento de 9% aos servidores públicos federais (técnicos e docentes). No dia 19 de abril passado, sugeriu uma correção de 12,5% do salário de técnicos e professores, sendo 9% corrigido em janeiro de 2025 e 3,5% em 2026. No entanto, a proposta não agradou os docentes, pois eles queriam o reajuste salarial para este ano.

“Recentemente, elaboramos uma contraproposta para o governo, diluída no período de 2024 a 2026. Em 2024, propomos um reajuste de 3,79%; em 2025, de 9%; em 2026, sugerimos 5%. Isso é pouco mais do que o ganho da inflação”, disse Cunha. Somando todos os reajustes, daria 17,79%, sem contar com o reajuste concedido em 2023.

Ato público

Na manhã de ontem, os professores se uniram aos servidores técnico-administrativos em um protesto, no portão que dá acesso ao CCHLA, no Campus I, em João Pessoa. Ambas as categorias cobram reajuste nos salários e reestruturação das carreiras ao Governo Federal, além de mais segurança e investimento na infraestrutura da universidade.

Os técnico-administrativos em Educação estão em greve desde o dia 11 de março. Para eles, o Governo Federal está oferecendo um reajuste de 12,5%, sendo 9%, em 2025; e 3,5%, em 2026.  No entanto, um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior do Estado da Paraíba (SintesPB), Wilson José da Silva, disse que a categoria propôs uma recomposição salarial entre 4% e 4,5% em 2024; 9% em 2025; e 9% em 2026. “Até 2023, estávamos há sete anos sem reajuste de salário”, declarou.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 06 de junho de 2024.