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Informação foi dada pelo ministro Marcos Pontes; fase 1 de teste em pacientes teve início em janeiro

Imunizante brasileiro contra a covid-19 fica pronto em nove meses

publicado: 02/03/2022 08h53, última modificação: 02/03/2022 09h38
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Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

por Luciano Nascimento*

Agência Brasil

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, disse ontem que a vacina brasileira contra o novo coronavírus deve estar disponível para uso na população em nove meses. Chamado de RNA MCTI CIMATEC HDT, o imunizante contra a Covid-19, começou a fase 1 de teste em pacientes em janeiro.

O imunizante, desenvolvido por pesquisadores brasileiros da Rede Vírus MCTI em parceria com a americana HDT Bio Corp, é financiado pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), e é produzido no SenaiI Cimatec de Salvador (BA).

Os testes de fase 1, autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) também estão sendo em Salvador.

“Nós investimos em 16 tecnologias de vacinas no Brasil. Dessas 16, cinco entraram na Anvisa para iniciar os testes clínicos. Uma delas passou, foi aprovada pela Anvisa e já começou os testes clínicos que deve durar nove meses”, disse o ministro que participou da Mobile World Congress 2022, principal feira do mundo do setor de telecomunicações, realizada em Barcelona.

A vacina utiliza a tecnologia de RNA mensageiro. Nesse tipo de vacina, o código genético do vírus vai para dentro do corpo, e, lá dentro, fornecem instruções para que as células e sistema imunológico construam uma resposta e gerem anticorpos.

A tecnologia RepRNA permite que o RNA seja capaz de se autorreplicar dentro das células, o que garante uma resposta imune robusta e duradoura com uma dose menor da vacina. De acordo com Pontes, o investimento aplicado pelo governo para a elaboração do imunizante será de R$ 350 milhões.

O teste de fase 1 prevê a participação de 90 adultos saudáveis, com idades entre 18 e 55 anos e visa avaliar a segurança, imunogenicidade (capacidade de gerar resposta imune), e a reatogenicidade (possível reação adversa no organismo) da vacina.

O cronograma de teste prevê a aplicação do imunizante em duas doses em diferentes intervalos. O primeiro grupo receberá duas doses com intervalo de 29 dias; o segundo grupo receberá duas doses com intervalo de 57 dias. Um terceiro grupo de voluntários receberá uma dose única da vacina. Além disso, também serão avaliados três níveis de dose de 1 μg (micrograma), 5 μg ou 25 μg.

Os testes com voluntários devem acontecer também nos EUA e na Índia.

País notifica 274 mortes

O Brasil registrou ontem, 274 novas mortes por Covid-19, elevando para 649.717 o total de vítimas da doença.

Enquanto isso, a média móvel de óbitos diários manteve tendência de queda, caindo 26% na comparação com com duas semanas atrás, e ficou em 598, ante 678 na véspera.

O índice tem o objetivo de eliminar distorções entre dias úteis e fim de semana.

O país contabilizou ontem mais 23.393 casos de Covid-19. Com isso, o número total de diagnósticos positivos da doença agora é de 28,8 milhões. Já a média móvel de novas infecções, que segue alta, mas em tendência de queda, caiu 46% em duas semanas e está em 65.370. Na véspera, o índice havia ficado em 76.497.

Os dados diários da pandemia no Brasil são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde, em balanço divulgado às 20h de ontem. Segundo números do governo, 26,5 milhões de pessoas estão recuperadas da Covid-19.

 *Matéria publicada originalmente na edição impressa de 02 de março de 2022