A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de João Pessoa (Semob-JP) registrou, de 1º de janeiro a 12 de setembro deste ano, 188.222 infrações de trânsito na capital. O excesso de velocidade lidera as estatísticas, com 145,1 mil ocorrências registradas, cerca de 71% do total. Mas, transitando alguns minutos pelas ruas da cidade, outros tipos de infrações também são frequentes.
Na Avenida Cruz das Armas, por exemplo, a reportagem flagrou pelo menos dois carros estacionados em lugares indevidos - um deles, na calçada. Um motoqueiro, ao perceber o sinal fechado, subiu no passeio para entrar em outra via e seguir o caminho.
São situações cotidianas de desrespeito que são percebidas por pessoas como o aposentado Antônio Barbosa, de 71 anos. Portador de deficiência física, ele sente na pele a falta de consciência e compreensão dos condutores no trânsito, principalmente para atravessar na faixa de pedestres. “Vejo muito desrespeito. O pessoal não respeita idoso, não respeita deficiente, isso pode causar muito acidente”, disse.
Mais campanhas
Para quem circula muito pela cidade, as demonstrações de falta de respeito no trânsito são constantes. Para o motoboy Randerson Oliveira, 32 anos, muitos motoristas usam o celular enquanto dirigem, uma distração que pode acarretar acidentes graves.
“Quando estou na moto e preciso mexer no celular, eu paro em um local seguro. Graças a Deus não sofri acidente. Quando você está no trânsito, você tem que andar pelos outros também, não só por você”, afirmou.
Saiba Mais: 65 é o número de controladores ou redutores de velocidade instalados em vias de João Pessoa - 14 desses equipamentos também registram avanço de sinal vermelho e parada sobre a faixa de pedestre.
Na opinião de Josafá Antônio, 46 anos, que usa moto para transporte de passageiros por aplicativo, as campanhas educativas não conscientizam a população como deveriam.
“Não adianta só multar, as campanhas têm que ser maiores também. Se um motoqueiro cai, vai para o Hospital de Trauma, isso para o Estado tem um custo”, explica Josafá. Para o taxista Tomaz Pessoa, 62 anos, falta fiscalização nas ruas para coibir as infrações. “O que funciona é a fiscalização. O Código de Trânsito é muito claro, o que pode, o que não pode”, disse.
Educação no trânsito
O superintendente da Semob-JP, Expedito Leite Filho, afirma que ações de fiscalização e educação no trânsito são realizadas cotidianamente pela autarquia. “Tudo é feito pelos nossos canais de comunicação, como redes sociais, portal institucional, e ações nas escolas através da nossa divisão de educação”, explicou Expedito.
Ele também destacou que, na época de fim de ano, a Semob realiza a Operação Verão com Paz no Trânsito, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e órgãos municipais de trânsito de cidades da Região Metropolitana
Ranking
Multas mais frequentes em João Pessoa
- Transitar em velocidade superior a máxima permitida em até 20%: 116.955
- Transitar em velocidade superior a máxima permitida em mais de 20% até 50%: 28.185
- Estacionar em local/horário proibido especificamente pela sinalização: 6.628
- Deixar de usar o cinto de segurança: 6.052
- Estacionar no passeio: 4.127
- Transitar em velocidade superior a máxima permitida em mais de 50%: 3.392
- Avançar o sinal vermelho do semáforo, exceto se houver sinalização permitindo livre conversão à direita - fiscalização eletrônica: 2.631
- Dirigir veículo manuseando telefone celular: 2.357
- Conduzir motocicleta, motoneta ou ciclomotor sem capacete de segurança: 2.077
- Dirigir veículo segurando telefone celular: 1.556
(Fonte: Semob-JP)
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 07 de novembro de 2023.