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Ladeira perigosa nas Trincheiras

publicado: 08/11/2023 09h22, última modificação: 08/11/2023 09h22
Moradores reclamam das condições das calçadas e do risco de transitar no asfalto com carros acima da velocidade
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Fluxo de veículos na rua é intenso, inclusive, de ônibus e veículos pesados. - Foto: Roberto Guedes
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Pedestres se arriscam andando na pista. - Foto: Roberto Guedes
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Foto: Roberto Guedes
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"É perigosa demais essa ladeira aqui. Tem uma placa de limite de velocidade, mas quase ninguém respeita" Gilton Silva - Foto: Roberto Guedes
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"É muita circulação de de pedestres, bicicletas e tem o pessoal que passa empinando motos" Sigismundo Soares - Foto: Roberto Guedes
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"Aqui no horário de almoço a gente tem muito medo. A calçada é péssima em acessibilidade e carros e motos passam de todo jeito" Vamberta Santos - Foto: Roberto Guedes
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por Fernanda Dantas* (Especial para A União)

Uma ladeira perigosa tem tirado a tranquilidade de moradores e comerciantes do bairro Trincheiras, em João Pessoa. Trata-se da Rua Rodrigues Chaves, que dá acesso ao Distrito Mecânico e as principais preocupações envolvem o número elevado de carros e motos circulando em alta velocidade, a pouca sinalização na área e a falta de acostamento ou calçada adequada para pedestres.

O cenário descrito por aqueles que veem diariamente a estreita rua é de caos. O trabalhador Gilton Silva, que atua como mecânico, conta que motos e carros descendo a ladeira em alta velocidade são comuns no dia a dia da rua. “É perigosa demais essa ladeira aqui, tem uma placa de limite de velocidade que indica 40 km/h, mas só o que a gente vê são motos e carros passando a quase 100 km/h.Tem placa, mas ninguém respeita”, disse. Outro fator que gera comentários entre os moradores é que a placa, além de pequena, fica mal localizada, dificultando a visibilidade dos motoristas.

A moradora Vamberta Santos conta que uma das maiores preocupações está no fato de que na rua, entre os transeuntes que circulam a pé, há um grande movimento de estudantes, em sua maioria, de crianças. “Aqui no horário de almoço a gente tem muito medo porque a calçada é péssima em questões de acessibilidade e precisam ir pela pista, e as motos e carros passam de todo jeito”, disse.

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Pedestres se arriscam andando na pista. - Foto: Roberto Guedes

Vamberta citou, também, que adotou uma medida inusitada para tentar diminuir a velocidade de quem desce a ladeira: deixar o carro estacionado no meio da rua. “Eu sei que é errado, mas de vez em quando eu coloco meu carro lá para baixo porque assim eles são obrigados a diminuir a velocidade”, explicou. Ela conta que foi pessoalmente até a Semob solicitar a instalação de um radar eletrônico na rua e que teriam solicitado um documento registrado em cartório com 200 assinaturas contendo os CPFs dos assinantes para dar início à solicitação. Procurado pela reportagem do Jornal A União, o titular da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob-JP), Expedito Leite, afirmou que providências seriam tomadas. “Já encaminhei para o setor responsável de operações e planejamento para fazer uma vistoria no local”, pontuou.

Acidentes

Segundo a assessoria da Semob-JP, não existem registros de incidentes na área, mas os moradores contam que já presenciaram cenas assim, incluindo uma colisão que vitimou um pedestre. Segundo Vamberta Santos, a fatalidade aconteceu há cerca de cinco meses. “Um senhor daqui que tinha uma barraquinha no Mercado Central, vinha descendo a ladeira andando e um rapaz passou em alta velocidade numa moto com uma sacola na mão, e foi a sacola que derrubou ele, que caiu com a cabeça no chão. Como aqui não tem calçada direito, ele teve que descer pela pista”, contou. De acordo com ela, o homem sofreu traumatismo craniano e faleceu após quatro dias, no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena.

Além disso, Vamberta Santos relatou que motoristas perdendo o controle na descida fazem parte de cenas comuns. “A gente já cansou de ver carros e motos passando direto no final da ladeira e batendo porque todos vêm rápido demais e quando veem perderam o controle”.

O comerciante Sigismundo Soares, conhecido como Netinho, chama de violentas as situações que presencia rotineiramente pelo risco de fatalidades. “Aqui tem horas que a gente fecha o olho, esperando a coisa mais feia do mundo, aí por um milagre não acontece. É muita circulação de pedestres, bicicletas, e, além do pessoal muito veloz, ainda tem gente que passa empinando moto. Tem horas que a gente escuta as freadas e está quase tendo uma batida”, descreveu.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 08 de novembro de 2023.