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na orla da capital

Mais de 170 peixes são encontrados mortos

publicado: 27/12/2024 09h33, última modificação: 27/12/2024 09h33
Ocorrência incomum é investigada por órgãos do estado e do município
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Os animais — em sua maioria, moreias — foram recolhidos para a realização de exames, que buscarão elucidar as possíveis causas da morte | Foto: Divulgação/Sudema

por Emerson da Cunha*

Mais de 170 peixes mortos foram encontrados na orla de João Pessoa, na manhã de ontem, espalhados entre praias dos bairros de Cabo Branco, Manaíra e Jardim Oceania. Até o fechamento desta edição, a Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur) havia contabilizado um total de 173 animais, sendo a maioria deles composta por moreias. Os peixes mortos foram recolhidos, ao longo do dia, por equipes da Emlur, de acordo com nota divulgada pela autarquia à imprensa.

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente (Semam) de João Pessoa, que atua junto à Emlur nas atividades da Operação Praia Limpa, os animais coletados foram levados para o Laboratório de Ictiologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), para a realização de análises laboratoriais que ajudem a elucidar as possíveis causas das mortes.

“Os fiscais da Semam estiveram no local da ocorrência, para levarmos os peixes ao laboratório, tendo em vista que houve algo de errado no cotidiano marinho, algo que o alterou para essa ocorrência”, declarou Jocélio Araújo, chefe da Divisão de Fiscalização da Semam, em entrevista a veículos de imprensa locais.

“Há uma união de forças do Governo do Estado e do poder municipal para tranquilizar a sociedade. A UFPB está conosco também, a partir de seus laboratórios e de seus pesquisadores”, acrescentou o representante da Semam. Ainda de acordo com ele, diante dos resultados dos exames, que podem levar de 24h a 48h para serem concluídos, deverão ser tomadas medidas cabíveis de notificação e de responsabilização pelo fenômeno.

Hipóteses

A Superintendência de Adminstração do Meio Ambiente (Sudema), vinculada à Secretaria Estadual do Meio Ambiente e da Sustentabilidade (Semas), também enviou equipes aos pontos de ocorrência para averiguar as condições de cada área, além de recolher amostras de água do mar e dos peixes encontrados.

Em declarações à imprensa, o chefe da Divisão de Fauna da Sudema, Leandro Silvestre, ponderou sobre a alta presença de moreias entre os animais e o que pode ter provocado sua morte. “Como foi afetado um grupo específico de peixes, a gente pode considerar fatores que sejam antrópicos, como casos de pesca, uso de redes que capturam esse tipo de animal. Quando não há interesse pelos peixes capturados, ocorre a morte, a remoção das barbatanas e o descarte. Ou também podem ser alterações físico-químicas da água, a exemplo da temperatura. Já houve registro de variação das temperaturas em outras localidades, o que acaba resultando na morte dos animais. No entanto, vamos considerar todas as hipóteses, tanto com uma avaliação das amostras coletadas como com uma consulta a bases de dados mundiais, para saber se houve essa variação de temperatura ou não”, explicou Leandro.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 27 de dezembro de 2024.