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Próximo ao jaguaribe

Mata teve 10% de área degradada

publicado: 05/01/2024 08h59, última modificação: 05/01/2024 08h59
Vegetação que margeia o rio, na divisa entre Miramar e Cabo Branco, sofre ação da população que vive no entorno
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Famílias cortam espécies de pequeno porte para usar nas atividades domésticas - Foto: Edson Matos

por Sara Gomes*

A mata que margeia o Rio Jaguaribe, na divisa entre os bairros Miramar e Cabo Branco, teve 10% da área desmatada ao longo dos anos. A constatação foi da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Seman). Segundo a equipe do órgão, a perda florestal pode estar associada à ação de famílias que residem na região e usam a madeira como lenha, na grande maioria, para uso doméstico.

A estimativa da prefeitura é de que, no início do inverno, cerca de duas mil árvores sejam plantadas no trecho conhecido como “rua da mata”, especificamente da Avenida Ministro José Américo de Almeida até a Avenida Epitácio Pessoa.

Segundo a Seman, a área ambiental é classificada como vegetação de natureza primária e secundária com plantas nativas de Mata Atlântica e espécies exóticas invasoras, com destaque para castanhola e leucena.

Saiba Mais: Tanto a lei de crime ambiental 9.695/98 como a lei complementar 029/2002, do Código de Meio Ambiente do Município de João Pessoa, consideram a prática de devastação ilegal um crime ambiental.

De acordo com o engenheiro agrônomo e diretor de Controle Ambiental (DCA) da Semam, Anderson Fontes, em situações anteriores, a equipe técnica da secretaria já havia identificado alguns moradores retirando a vegetação da área que não é considerada de preservação ambiental. “Geralmente, eles retiram a vegetação após a bordadura, no meio da vegetação. Essa é considerada uma zona especial de preservação dois, com limite do Rio Jaguaribe”, explicou.

Monitoramento

A Seman monitora periodicamente as áreas verdes de João Pessoa. A análise técnica preliminar realizada ontem não apontou queima recente, mas Anderson Fontes esclarece que no período seco já ocorreu princípio de incêndio. ”Em situações anteriores já ocorreu uma queima discreta, mas que logo foi contida, quando a população acionou os órgãos ambientais”, disse.

No local, existem madeiras de valor comercial como cupiúba, munguba e até ipês mas, até o momento, não foi constatado retirada de madeira para venda ilegal. “Os moradores retiram para utilizar como lenha no preparo de alimentos. Eles não tiram os troncos de diâmetro maiores, mas sim, os menores. Nunca foi identificada uma retirada significativa no local”, explicou Fontes.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 05 de janeiro de 2024.