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Memorial expõe 41 anos de história

publicado: 23/05/2024 08h52, última modificação: 23/05/2024 08h52
Com mais de 200 peças, espaço apresenta a trajetória de modernização da festa junina de Campina Grande
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Estrutura montada no Partage Shopping conta com fotos, recortes de jornais, cartazes e folders de divulgação do tradicional evento | Fotos: Julio Cezar Peres

por Maria Beatriz Oliveira*

O Memorial do Maior São João do Mundo foi inaugurado, na última terça-feira (21), para celebrar os 41 anos da festa junina de Campina Grande. Instalado no piso dois do Partage Shopping, o espaço ficará aberto para visitação até o dia 30 de junho, data de encerramento do tradicional evento na cidade, das 10h às 22h. A entrada é gratuita.

Todas as mais de 200 peças e arquivos históricos que compõem o acervo em exposição foram selecionadas pela professora de Economia e diretora do memorial, Cléa Cordeiro. Apesar de trabalhar na área de finanças, ela conta que o projeto foi movido por seu interesse em história, que considera a base de todo o conhecimento. “Isso começou como fruto do meu amor pela história do Maior São João do Mundo, porque não é fácil guardar tantas coisas por mais de 40 anos. Temos, aqui, a foto do primeiro São João no Parque do Povo, ainda em preto e branco”, relata Cléa, revelando que a ideia de erguer um memorial para o evento surgiu em 2012. “Primeiro, começou na casa dos meus pais, na Rua Tiradentes, e, há quatro anos, está sendo montado aqui [no Partage Shopping]”, acrescenta.

A maioria dos turistas não faz ideia da dimensão histórica da festa. Estamos falando de um evento histórico cultural imenso
- Cléa Cordeiro

Todo ano, para cada novo São João, a professora começa a organizar o espaço 15 dias antes de sua abertura, após o fechamento do shopping, em um processo que exige organização, disposição e muito cuidado, madrugada adentro. “Para trazer todos os artigos da minha casa para cá, nós fazemos umas seis viagens de carro, e são dois veículos. Tudo muito bem embalado, para não correr o risco de quebrar. Digo que prefiro quebrar uma perna a um desses quadros. Depois, eles são fixados na parede e toda a decoração é montada. Normalmente, ficamos até 2h ou 3h da manhã, organizando tudo”, explica Cléa.

A montagem do memorial para este ano foi toda pensada para contar a história da modernização e das mudanças que aconteceram no Maior São João do Mundo, ao longo de suas mais de quatro décadas de existência. Desde recortes de jornais, que mostram as primeiras reformas e a construção da pirâmide e da fogueira no Parque do Povo, até os cartazes e folders de divulgação do evento, tudo é exposto em ordem cronológica nas paredes do memorial.

“A maioria dos turistas que chegam a Campina não fazem ideia da dimensão histórica da festa. Aliás, não estamos falando apenas de uma festa, mas sim de um evento histórico cultural imenso. Por isso, o memorial existe”, conclui Cléa.

Turistas que passam pelo local se surpreendem com a quantidade de memórias e detalhes que envolvem o período junino na Rainha da Borborema. Marciana Dias e Ricardo Nascimento são amigos que vieram do Pará para um evento religioso na cidade e aproveitaram para visitar o memorial. “Lá [no Pará], nós ouvimos falar que a festa é muito grande, mas não tínhamos noção da história, da questão das quadrilhas, do casamento coletivo. Deve ser muito bonito quando acontecem todos esses eventos na cidade”, afirma Ricardo.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 23 de maio de 2024.