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MPPB denuncia influenciador por três crimes

publicado: 16/09/2025 08h18, última modificação: 16/09/2025 08h18
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Paraibano está preso, em João Pessoa, desde 28 de agosto | Foto: Reprodução/Instagram @hytalosantos

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) ofereceu à Justiça, ontem, uma denúncia criminal contra o influenciador digital Hytalo Santos e seu marido, Israel Vicente — também conhecido como Euro —, presos preventivamente e investigados por exploração e exposição de menores na internet. Segundo o Grupo de Atuação Especial de combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPPB, a ação resulta das apurações sobre o caso, conduzidas em parceria com a Polícia Civil da Paraíba (PCPB), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

Na avaliação do órgão, as investigações revelaram um modus operandi estruturado e premeditado, voltado à exploração sexual de crianças e adolescentes, caracterizado pela utilização de artifícios de fraude, promessas de fama e vantagens materiais para atrair vítimas em situação de vulnerabilidade.

A denúncia, apresentada perante a 2a Vara Mista de Bayeux, imputa aos acusados a prática de três crimes: tráfico de pessoas, por agenciamento e aliciamento de adolescentes e de suas famílias, com promessas ilusórias, visando ao controle da liberdade e da vida íntima das vítimas, para fins de exploração sexual; produção de material pornográfico envolvendo crianças ou adolescentes, pela geração e pela divulgação de conteúdos de cunho sexual em redes sociais, com a finalidade de monetização e de aumento de engajamento digital; e favorecimento da prostituição ou exploração sexual de vulnerável, pelo incentivo à prática de atos sexuais com terceiros, inclusive mediante situações de extremo constrangimento, como a exposição de adolescentes em ambientes e papéis destinados à exploração sexual.

Conforme o Gaeco, as evidências constatadas sobre o caso demonstraram, ainda, que Hytalo e Euro buscavam alterar a aparência física das vítimas, submetendo-as a procedimentos estéticos e tatuagens de caráter sexualizado, e exerciam controle rígido sobre suas rotinas e seus meios de comunicação.

Diante do que foi apurado, o MPPB requereu, além da condenação do casal, o pagamento de R$ 10 milhões de indenização por danos morais coletivos, em razão da violação de direitos fundamentais de crianças e adolescentes e da ofensa à dignidade humana.

Investigações

No fim do mês passado, as investigações sobre o caso de Hytalo e Euro foram integralmente assumidas pelo Gaeco. Inicialmente, as apurações vinham sendo promovidas pelas promotorias de Bayeux e de João Pessoa. De acordo com o MPPB, o processo foi remetido ao Gaeco devido à complexidade e aos desdobramentos do caso. Já o delegado Carlos Othon, da PCPB, informou que a instituição tem atuado apenas na perícia de aparelhos celulares apreendidos pelas autoridades, por meio da Unidade de Inteligência Policial (Unintelpol). As investigações seguem em segredo de Justiça.

Casal recebeu primeiras visitas familiares no fim de semana

Hytalo Santos e Euro receberam, no último domingo (14), as primeiras visitas de familiares desde que começaram a cumprir prisão preventiva na unidade penitenciária Desembargador Flóscolo da Nóbrega — também conhecido como Presídio do Roger —, em João Pessoa, no dia 28 de agosto. O casal foi detido em Carapicuíba (SP), em 15 de agosto, e transferido para a capital paraibana. Estiveram presentes no presídio, no domingo, a mãe de Hytalo e o pai de Euro, devidamente cadastrados para adentrar a unidade.

De acordo com o diretor da prisão, Edmilson Alves, a visita ocorreu sem intercorrências. “Os familiares chegaram cedo, foram uns dos primeiros a entrar, e ficaram até quase as 16h”, relatou Edmilson, segundo o qual os detentos só haviam mantido contato, até então, com sua equipe de advogados.

“Quando eles chegaram de São Paulo, ainda estavam no período de reconhecimento, de cinco dias. Então, não puderam receber visitação [no primeiro domingo no Presídio do Roger]. Passado isso, o dia de visita subsequente foi de visita íntima. Portanto, eles ficaram sem receber a família. Então, só 15 dias depois [da chegada do casal à unidade] é que houve visita familiar”, explicou o delegado.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 16 de setembro de 2025.