Notícias

Museu do Rádio da Paraíba é inaugurado hoje, na Tabajara

publicado: 17/04/2023 11h50, última modificação: 17/04/2023 12h01
Equipamento idealizado pela EPC é inaugurado hoje com a presença de João Azevedo
1 | 2
Foto: Edson Matos
2 | 2
Foto: Edson Matos
EVM_6585.jpg
EVM_6539.jpg

por Carol Cassoli*

Em 1922, o então presidente Epitácio Pessoa realizava, do alto do morro do Corcovado, no Rio de Janeiro, a primeira transmissão radiofônica do país. Daí, a história da Paraíba com um dos meios de comunicação mais democráticos existentes, o rádio, já começava a se delinear. A partir de amanhã, mais um capítulo será escrito nesta história cujo enredo, de certa forma, entrelaça a Empresa Paraibana de Comunicação (EPC) e a História da Paraíba: os paraibanos terão acesso a um equipamento de conservação da História e da cultura local totalmente dedicado ao rádio. Trata-se do Museu do Rádio da Paraíba, que será inaugurado na sede da Rádio Tabajara, a mais antiga emissora do estado.

Pouco mais de uma década depois da transmissão de Epitácio Pessoa, em 25 de janeiro de 1937, a Rádio Tabajara (que antes de se chamar assim, foi também Rádio Diffusôra da Parahyba e Clube da Parahyba) inovou ao explorar antes de qualquer outra emissora as frequências sonoras do estado. Por isso, de acordo com a diretora presidente da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), Naná Garcez, a inauguração do Museu do Rádio da Paraíba é um momento histórico.

Estão expostos no museu equipamentos, áudios, vídeos e fotografias antigas. Os materiais preservados incluem também vinhetas, reportagens em áudio, bem como entrevistas realizadas na rádio ao longo destes 86 anos de atuação da Rádio Tabajara. Há, ainda, mais de 25 mil discos nacionais

“Nosso museu apresenta a evolução radiofônica do estado. Temos, agora, um equipamento que realmente é um registro histórico desta rádio que, ao longo do tempo, foi se consolidando como uma voz, um espaço para todos os paraibanos”, comenta Naná Garcez.

O museu é, segundo William Costa, diretor de mídia impressa da EPC, uma maneira de solidificar um dos grandes compromissos da Empresa Paraibana de Comunicação: a preservação da memória das instituições que fazem parte de sua estrutura. “Ocorre que a Tabajara, além de patrimônio do povo, é um dos mais importantes capítulos da história do rádio na terra de Assis Chateaubriand. Este novo equipamento faz justiça aos profissionais que ajudaram a construir a história da Tabajara, e democratiza o acesso ao seu precioso acervo”, afirma.

A função deste aparelho junto à sociedade, no entanto, não diz respeito apenas à conservação da história da rádio mais antiga do estado. É que, embora ela seja um pedaço vivo da História paraibana e se entrelace diariamente a ela, narrando-a, seu arquivo não é capaz de, sozinho, resumir tudo o que já circulou nas ondas do rádio paraibano. Por isso, o diretor de Rádio e TV da EPC, Rui Leitão, explica que, a partir do lançamento do museu, outras emissoras do estado serão contactadas para que o arquivo do rádio paraibano seja complementado.

Para Rui, os museus são equipamentos para a preservação da memória cultural dos povos e isso significa que o Museu do Rádio da Paraíba prestará um importante serviço à população. “A EPC decidiu instalar o museu e, a partir de amanhã, nós teremos não o Museu da Tabajara, mas sim o Museu do Rádio da Paraíba. Nele está catalogado todo o arquivo que constitui o acervo histórico da Rádio Tabajara, mas não só isso. É um passo importante que estamos dando”, diz.

Acervo conservado e de valor histórico

A comissão para abertura do aparelho de conservação histórica foi instituída em agosto de 2020. À época, Naná Garcez explicou que todos os itens de valor histórico existentes no acervo da Rádio Tabajara seriam inventariados para que se levantasse a natureza e o estado de conservação das peças. Agora, com a abertura deste arquivo à população, as novas gerações conhecerão a história e o estilo de pessoas que colaboraram para a definição do perfil da emissora, bem como as transformações impostas pelas novas tecnologias e os objetos que materializaram e materializam diariamente esse processo.

Para William Costa, todo o arcabouço cultural da Tabajara está envolto em um clima não de um saudosismo piegas, mas de um sentimento de pertencimento. “Afinal, é difícil encontrar pessoas daqui ou de outros lugares, mas que aqui residem, que, de uma maneira ou de outra, não tenham algum tipo de ligação com a Tabajara”, avalia.

Peças disponíveis no acervo

Estão expostos no museu equipamentos, áudios, vídeos e fotografias antigas. Os materiais preservados englobam também vinhetas, reportagens em áudio, bem como entrevistas realizadas na rádio ao longo destes 86 anos de atuação da Rádio Tabajara. Há, ainda, mais de 25 mil discos nacionais.

Parte do material disposto no equipamento museológico foi veiculado nas décadas de 1960, 1970 e 1980 e foi digitalizado especialmente para o acervo do museu. O arquivo conta até mesmo com o registro da transmissão de um jogo do Botafogo, de 1950; o que reforça o envolvimento da rádio não só com a cultura e a política, mas também com o esporte. São peças que, segundo Naná Garcez, mostram a evolução tecnológica do rádio na Paraíba. “A Tabajara é, realmente, um patrimônio da Paraíba e nosso museu confirma isso. Hoje, 40% da nossa transmissão musical é totalmente voltada a artistas paraibanos ou radicados na Paraíba e, de certa forma, criar um museu é, também, corrobora com esse propósito”, diz a diretora presidente da EPC.

A inauguração do museu será realizada pelo governador João Azevedo e acontece às 12h, em uma cerimônia para convidados que compõem a história da rádio. Em seguida, João Azevedo participará do programa Conversa com o Governador.

A partir de amanhã, o museu estará aberto ao público, que pode programar visitas ao aparelho de conservação histórica das 9h às 16h30, de segunda a sexta-feira.

*Publicada originalmente na edição impressa de 16 de abril de 2023.