Em uma parceria entre o Governo da Paraíba, Marinha do Brasil, Porto de Cabedelo e Capitania dos Portos da Paraíba, o maior navio de guerra da América Latina, Navio Aeródromo Multipropósito (NAM) “Atlântico” (A-140), atracou na manhã de ontem em Cabedelo e estará aberto à visitação pública no próximo domingo, gratuitamente, das 9h às 17h. A expectativa é que, aproximadamente, 10 mil pessoas compareçam ao evento para conhecer de perto essa embarcação histórica, que já fez parte da Marinha Real Britânica.
“É um privilégio receber esse imponente navio e acompanhar o Almirante Reis Leite, comandante do 3º Distrito Naval, além de diversas outras autoridades na chegada da embarcação. Será também um privilégio receber as famílias, amigos e admiradores do mundo portuário para mais um domingo no Porto de Cabedelo”, celebrou Ricardo Barbosa, presidente da Companhia Docas da Paraíba.
A embarcação tem 203 metros de comprimento, é do tipo porta-helicópteros, com hangar para até 18 aeronaves. A sua construção foi nos anos 1990 e em 2017 foi comprado pelo Governo do Brasil e oficialmente integrado à Marinha Brasileira em 2017.
Pela primeira vez no estado, o porta-helicópteros chega ao porto paraibano como parte da operação “Aderex” 2024, que prevê a execução de diversos exercícios no litoral brasileiro até o dia 25 deste mês, incluindo pouso e interceptação de aeronaves, combate a ameaças e transferência de carga entre navios.
Expectativa é de que, aproximadamente, 10 mil pessoas compareçam para conhecer de perto a estrutura do A-140
Neste momento, a operação acontece na área marítima entre Recife (PE) e Cabedelo (PB) com o objetivo de otimizar a capacidade operacional da Marinha brasileira. De acordo com a organização do evento, a visitação ocorrerá em meio a uma breve pausa nas atividades de treinamento naval, sendo uma oportunidade para o paraibano conhecer um dos navios mais grandiosos da frota brasileira. Lembrando que a visitação é gratuita e acontece das 9h às 17h.
Campanha
Durante a visitação, que será encerrada às 17h (mas quem estiver na fila ainda poderá acessar o navio), o público também poderá doar, de forma voluntária, alimentos não perecíveis que serão destinados a instituições filantrópicas do estado. A campanha solidária é uma iniciativa da Capitania dos Portos da Paraíba e da Marinha do Brasil.
Estrutura
Quem estiver no Porto de Cabedelo neste domingo ficará impressionado com as dimensões deste porta-helicópteros, que destacam sua imponência e capacidade de operação naval. Durante a visitação, o público poderá conhecer toda a engenharia envolvida em sua construção e operação. O título de maior navio de guerra da América Latina não vem por acaso: com 208 metros de comprimento e 31,7 metros de largura, o NAM Atlântico foi criado para ter projeção não apenas pelo mar, mas em terra e no ar. Uma verdadeira relíquia da Marinha Britânica.
Para se ter ideia, ele é capaz de abrigar até 18 aeronaves em seu hangar e convés, desde o pequeno Esquilo (UH-12) até modelos maiores como o Super Cougar (UH-15 e AH-15B), atém de 430 tripulantes e cerca de 1.400 militares. As dimensões fazem do A-140 um navio ideal para missões de caráter humanitário, manutenção da paz, incluindo cenários de desastres naturais e evacuação de pessoas, além de operações anfíbias – em parceria com os Fuzileiros Navais.
Grande e histórico
Construído em meados de 1990, na cidade portuária de Barrow-in-Furness, na Inglaterra, o navio – originalmente chamado de HMS Ocean – pertenceu à Marinha Real Britânica por 28 anos e foi incorporado à frota brasileira apenas em 2018, tornando-se a maior e mais imponente embarcação do país.
O Ocean custou ao governo inglês cerca de R$ 300 milhões para ser construído do zero, o equivalente a 154 milhões de libras, isso sem falar na reforma ocorrida em 2012, que rendeu mais R$ 65 milhões de libras em despesas. Depois disso, ele foi vendido ao Brasil por 84 milhões de libras, um negócio considerado positivo sob o ponto de vista militar devido à sua capacidade naval.
Saiba mais
• O nome HMS Ocean fazia referência ao termo “HerMajestyShip”, que significava “o navio da sua majestade”. Entretanto, assim que chegou ao Brasil, o porta-helicópteros foi renomeado como PHM Atlântico, sigla para Porta-Helicópteros Multipropósito. Mais tarde, outra mudança alteraria sua denominação técnica: agora chamado de NAN (Navio Aeródromo Multipropósito), a embarcação não mais se limitava a abrigar helicópteros, passando a operar drones e aeronaves não tripuladas
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 15 de março de 2024.