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PEDRA DA BOCA

Obra da sede começa em setembro

publicado: 16/08/2024 08h56, última modificação: 16/08/2024 08h56
Execução do projeto contará com recursos oriundos de compensação ambiental, no valor de R$ 14,3 milhões
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Projeto arquitetônico do prédio segue as linhas curvas do conjunto rochoso que tornou o parque estadual famoso | Foto: Teresa Duarte
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Foto: Divulgação/Sudema
Parque da Pedra da Boca - credito Teresa Duarte (4).jpeg
Fotos do projeto que será construído - credito assessoria Sudema (2).jpeg

por Samantha Pimentel*

A construção da sede do Parque Estadual da Pedra da Boca, localizado em Araruna, teve sua ordem de serviço assinada na manhã da última terça-feira (13), pela Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema-PB). O início dos trabalhos está previsto para setembro deste ano, com estimativa de conclusão no fim de 2025. Objetivo é proporcionar melhor estrutura e mais conforto para visitantes e pesquisadores dessa importante área de reserva ecológica e ambiental da Paraíba.

De acordo com o projeto da obra, a área do parque vai ganhar um prédio de entrada e um prédio principal, com recepção, auditório, área administrativa, alojamento para pesquisadores, área de exposição, sala de informática e banheiros acessíveis. O espaço também terá um amplo estacionamento, cafeteria, área de camping com capacidade para 30 barracas e apoio de copa e banheiros, praça arborizada com área de convivência e redário.

Segundo o superintendente da Sudema-PB, Marcelo Cavalcanti, em entrevista ao Jornal Estadual da Rádio Tabajara FM, o projeto surgiu de uma solicitação do governador João Azevêdo, que pediu à Sudema para serem avaliadas melhorias na gestão das unidades de conservação do estado. “Iniciamos esse trabalho e, agora, apresentamos a primeira sede que passará por intervenções. Há um grande fluxo de turistas na área da Pedra da Boca, então, desenvolvemos um projeto para melhorar a conservação da unidade e assinamos a ordem de serviço”, contou.

Etapas
Na primeira etapa da obra, será feita a construção da sede; na segunda, haverá a definição, a organização e a classificação das trilhas, de acordo com o nível de dificuldade

Segundo Cavalcanti, os recursos para a execução das obras são fruto de compensação ambiental — que consiste na obrigação (Lei Federal no 9.985/2000) de empreendimentos de significativo impacto ambiental destinarem um valor condizente com o grau de danos ambientais causados por sua iniciativa à criação ou à gestão de unidades de conservação, como uma das condições para obter o seu licenciamento ambiental. “Independentemente do impacto que causa, a empresa precisa fazer uma compensação financeira. Então, o caso do parque se encaixou nesse critério. Uma determinada empresa tinha uma compensação para ser feita, de R$ 14,3 milhões, e esse vai ser o valor investido na Pedra da Boca”, explicou.

Na primeira etapa da obra, será feita a construção da sede; na segunda, haverá a definição, a organização e a classificação das trilhas, de acordo com o nível de dificuldade de cada uma. Também haverá a colocação de placas indicativas e o cercamento da área. O superintendente destacou a importância da nova estrutura que será construída, pois, além de facilitar o acesso de turistas, pode potencializar as pesquisas científicas no local.

De acordo com ele, unidades de conservação como a da Pedra da Boca têm características especiais de preservação, e é preciso manter isso. Mas elas também apresentam outras demandas. “Geralmente, são lugares muito procurados por pesquisadores, daqui e de fora, que demandam uma acomodação conveniente. Sendo assim, teremos um pequeno alojamento, com separação masculina e feminina, e espaço de apoio. Com isso, estimulamos as pesquisas, e isso qualifica ainda mais a unidade de conservação”, destacou.

O parque

Inserido no bioma da Caatinga, o Parque Estadual da Pedra da Boca foi criado pelo Decreto no 20.889, de 7 de fevereiro 2000, sendo uma Unidade de Conservação estadual sob administração da Sudema, com configurações geológicas e geomorfológicas que impressionam estudiosos, turistas e praticantes de esportes radicais.

O local fica situado em uma área de mais de 157 hectares, na Zona Rural de Araruna, e possui um conjunto rochoso com faces arredondadas e extensas caneluras, do cume ao chão, que inclui a Pedra da Boca, a Pedra da Caveira, a Pedra do Coelho e a Pedra do Letreiro, entre outras. O parque também apresenta diversas manifestações folclóricas e culturais, além de um acervo de inscrições rupestres, vestígios dos indígenas que habitavam essa região.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa no dia 16 de agosto de 2024.