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Baixa ocorrência de casos e cobertura vacinal acima de 90%, por exemplos, são aspectos a serem analisados

OMS norteará o fim da pandemia de covid-19

publicado: 08/03/2022 08h53, última modificação: 08/03/2022 08h53
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Geraldo Medeiros fez uma avaliação da pandemia na Paraíba, ontem, durante uma palestra no formato remoto. Foto: Roberto Guedes

por Juliana Cavalcanti*

Incidência baixa de casos da Covid-19, ou seja, com o registro de poucos casos diários, pelo período de 90 a 120 dias; não ter aparecimento de novas variantes; a cobertura vacinal deve atingir 90% da população com esquema completo e é preciso o controle de óbitos. Esses são alguns pontos básicos a serem observados para que a seja decretada o fim da pandemia e quem vai nortear isso é a Organização Mundial de Saúde (OMS). As informações foram prestadas pelo secretário de Estado da Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, durante a aula inaugural do semestre letivo 2022.1 do  Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). 

A palestra teve o tema “Política, Gestão e Cuidados na Saúde da Paraíba: os aprendizados construídos no enfrentamento a pandemia da Covid-19” e ocorreu durante a manhã de ontem de forma remota. O evento teve a mediação do professor André Bonifácio do PPGSC. Na oportunidade, o secretário Geraldo Medeiros informou que antes de definir uma possível endemia e considerar que a pandemia chegou ao final, é preciso verificar as admissões hospitalares, leitos ocupados, números de pacientes e outros fatores.

Outra condição citada por Geraldo Medeiros para sinalizar o fim da pandemia é a incorporação de medicamentos que possam atuar nos pacientes que possam adquirir a doença. Esses devem seguir critérios científicos comprovando a sua eficácia o que irá permitir a transição da pandemia para endemia. Ele também observou que será necessário o apoio para manutenção das capacidades nos estados e o consenso internacional com organismos multilaterais.

Geraldo Medeiros ressaltou que atualmente os cientistas estudam as vacinas pancoronavírus voltadas a evitar sucessivas pandemias da doença. No entanto, manifestou sua preocupação com a guerra da Ucrânia. “Esta é a nova preocupação da pandemia, pois as aglomerações intensas de imigrantes entre os países limítrofes com a Ucrânia podem desencadear uma nova onda da Covid-19”, pontuou.

Durante o evento, o secretário reforçou que os decretos e portarias são medidas sanitárias que podem interferir na utilização de máscaras, vacinação massiva da população, leitos, acesso a serviços de saúde e na utilização de medicamentos específicos. 

“A Paraíba sempre se antecipou ao longo de toda a pandemia nas suas ações preventivas. Nós sempre obedecemos a OMS, ouvimos especialistas, mantemos contato com infectologistas, ouvindo epidemiologistas e sempre atuamos baseados em evidencias científicas”, defendeu.

Planejamento

De acordo com Geraldo Medeiros, o combate à maior tragédia sanitária do século XXI necessitou de planejamento, antecipação, fortalecimento da vigilância e ampliação de leitos e a definição de parcerias, inclusive com a própria UFPB. Ele ressaltou, inclusive, a abertura da Maternidade Frei Damião, Hospital Solidário e Hospital de Clínicas.  “Nossas ações foram rápidas e no tempo certo. A partir de 26 de janeiro de 2020 a Paraíba começou a se preparar para o enfrentamento da doença. Tivemos um trabalho reconhecido pela sociedade paraibana”, comemora. 

Durante a palestra, o secretário relembrou a descoberta do novo coronavírus na China (dezembro de 2019), a chegada dos primeiros casos ao redor do mundo, no Brasil e na Paraíba; os decretos com as medidas sanitárias; a contratação de profissionais da saúde; as barreiras sanitárias; os parâmetros para avaliação e tratamento de pacientes; a telemedicina; o plano “Novo normal Paraíba”; os casos de reinfecção e a campanha de vacinação contra a Covid-19. A aula inaugural contou ainda com as participações do coordenador do PPGSC, professor Pedro Cruz e do diretor do CCS-UFPB, professor João Euclides.

“Hoje somos o terceiro estado da Federação que mais vacinou sua população. Isso foi possível a partir da criação de logística efetiva para distribuição das doses da vacina e o combate a desinformação. Desde o primeiro protocolo de condutas do paciente com Covid-19 não inclui-se qualquer medicação sem evidencia médica”, finalizou Geraldo Medeiros.

 *Matéria publicada originalmente na edição impressa de 08 de março de 2022