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Pedestres apontam vários riscos à integridade de quem usa os equipamentos de travessia das rodovias federais

Passarelas com rachaduras, buracos e tráfego de motos

publicado: 16/12/2021 08h19, última modificação: 16/12/2021 08h19
Passarel na BR 230 sentido Bayeux_F. Evandro (1).JPG

Má conservação de várias passarelas localizadas ao longo das rodovias federais representa perigo para os pedestres

por Iracema Almeida*

As passarelas de João Pessoa e da Região Metropolitana, que ficam localizadas na BR-230 e BR-101, deveriam ser espaços para proporcionarem uma locomoção segura aos pedestres, entretanto quem passa por elas relatam os ‘perrengues’ para atravessarem de um lado para o outro, nas rodovias federais. Muitos dos equipamentos encontram-se com rachaduras, buracos e problemas nos pisos e laterais que dificultam a mobilidades das pessoas.

O eletricista Jorge Alexandre da Silva, 56 anos, passa todos os dias pela passarela que fica nas proximidades do bairro Costa e Silva e sofre com os problemas da falta de infraestrutura. “Trabalho do outro lado da BR-230 e preciso passar por aqui duas vezes por dia. Agora, tenho que ter mais cuidado, porque tem umas partes do chão que estão quebrados e umas laterais que estão até se desmanchando. Mas, tenho que passar, né? Mesmo com os perigos de cair do local”, lamenta.

As pessoas também reclamam da falta de iluminação. Como relata o vigilante Antônio Batista, 60 anos. Ele comenta que a passarela faz parte do seu cotidiano e toda noite passa pelo local com medo, por causa da falta de luzes que, além de não ajudar que se veja as rachaduras do trajeto, ainda pode contribuir para a ocorrência de assaltos.

Os estudantes Tiago Gomes e Ênio Willian, ambos de 17 anos, usam as passarelas para ir à escola que fica no bairro Jardim Planalto e não escondem a insatisfação. “A gente passa todos os dias e temos que andar olhando para o chão para não tropeçarmos nos empecilhos do caminho. Sem falar que quando chega no final a calçada está quebrada”, conta.

Além dos problemas estruturais, os pedestres e ciclistas têm que dividir as passarelas com os motociclistas infratores que passam pelo local, que é proibido para o tráfego de motos. “A gente usa a passarela porque ainda é a melhor maneira de atravessarmos a BR-230 sem sermos atropelados, mas aí ainda temos que desviar dos motoqueiros que não andam pela pista e passam em alta velocidade pela passarela”, acrescenta o ajudante de pedreiro Cristiano da Silva, 44 anos.

Quem mora perto das passarelas também confirma os perigos causados pelas motos. Bernadete Calixto, mora há 24 anos nas proximidades da passarela do Bairro dos Novais, afirma que vê muitos motociclistas passando. Ela diz que acha muito errado a falta de consciência dos condutores que transitam por onde só é permitido pedestres e ciclistas. “A gente só escuta eles buzinando para as pessoas saírem da frente, como se eles estivessem certo”, frisa a aposentada.

Manutenção é feita regularmente

Em João Pessoa, Santa Rita e Bayeux, a responsabilidade das passarelas é divida entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Departamento de Estradas de Rodagens da Paraíba (DER-PB) e também pelas prefeituras municipais. Segundo o engenheiro Francisco Lima, do DER-PB, o órgão estadual é responsável pela manutenção de seis desses equipamentos e a apenas uma dessas precisava de restauração, a que fica na comunidade Boa Esperança, no bairro Ernani Sátiro, em que as melhorias já estão acontecendo.

“Estamos sempre fazendo manutenção nas passarelas que competem ao DER-PB. Inclusive, somente uma apresenta anormalidade, mas desde o início desse mês que iniciamos as melhorias. Como ela é feita de estrutura metálica precisa passar por reforma a cada cinco anos e nós cumprimos rigorosamente esse prazo”, garante o engenheiro.

Já em relação às demais passarelas de João Pessoa e Região Metropolitana, que pertencem ao Dnit e totalizam nove equipamentos, a assessoria do órgão respondeu que até o momento não há previsão para receberem reformas; inclusive, a que fica no quilômetro 89 da BR-101, mais conhecida como a da ‘Gauchinha’. “As melhorias em passarelas são realizadas de acordo com a necessidade, mediante inspeção rotineira da equipe técnica.Não temos previsão de execução de cobertura de passarelas”.

Sobre a falta de sinalização no trajeto das passarelas, a assessoria do Dnit desta que todas elas foram equipadas com sinalização vertical indicando a altura livre e orientações para o uso por pedestres, de modo a evitar a travessia dos mesmos pela rodovia. Porém, a ausência de algumas placas ocorre por furtos.

A passarela que fica na Avenida Pedro Segundo, na capital, e também encontra-se com problemas estruturais é de responsabilidade da Prefeitura Municipal. De acordo com a assessoria da Secretaria de Infraestrutura de João Pessoa, o Departamento de Manutenção e Conservação da Seinfra (DMC) informa que já está com projeto para realizar a manutenção dessa passarela, mas ainda sem data para início das obras. 

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 16 de dezembro de 2021