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PB leva ajuda a vítimas de enchentes

publicado: 07/05/2024 09h05, última modificação: 07/05/2024 09h26
Equipe composta por 18 militares viajou ao Rio Grande Sul com a missão de auxilar nas buscas e resgates de pessoas
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Entre os equipamentos encaminhados estão viaturas de busca e salvamento, botes infláveis e uma viatura de canil para o transporte de cães farejadores. Grupo deve chegar ao destino em três dias | Fotos: Leonardo Ariel
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por Daniel Abath*

Uma equipe especializada em desastres do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba (CBMPB) viajou ontem ao Rio Grande do Sul para ajudar nos resgates e buscas das vítimas das enchentes causadas pelas fortes chuvas no estado. “Diante de tudo o que tem vivido o Rio Grande do Sul, manifestamos toda nossa solidariedade ao povo gaúcho. Em contato com o governador Eduardo Leite, colocamos as forças de segurança da Paraíba à disposição para auxiliar no socorro às vítimas dessa catástrofe climática”, publicou o governador João Azevêdo na rede social X, antigo Twitter.

De acordo com o coronel Vieira, do Corpo de Bombeiros, estão sendo enviados 18 militares – 17 homens e uma mulher, especialistas em busca e salvamento, além de dois cães farejadores certificados internacionalmente e treinados para encontrar restos mortais. Também estão sendo levados botes infláveis de salvamento, viaturas de busca e salvamento e uma viatura de canil para transporte dos cães.

 “Estamos levando três embarcações, quatro viaturas e toda a equipe para ter autonomia de trabalho por lá”, destacou o coronel. A equipe, que viaja por terra, levará três dias até o destino e, ao chegar ao RS, vai se apresentar ao gabinete de crise no local para trabalhar nas regiões afetadas.

Chegando em Porto Alegre, a corporação designará as áreas de trabalho, direcionando o efetivo. “Estamos numa expectativa de ajuda, de apoio àquela população que está nesse momento precisando muito”, declarou o major Fernandes, integrante da equipe de salvamento.

O coronel Vieira declarou que alguns materiais já foram embarcados, e que o CBMPB irá trabalhar com autonomia plena, inclusive de alimentação e hidratação: “Levamos água mineral para todos esses dias. Fizemos uma parceria com o Exército Brasileiro e conseguimos materiais operacionais para não chegarmos ao local afetado e ainda precisar de recursos”.

Segundo ele, foi instalado um gabinete de crise para atuar no controle das corporações que irão ajudar nas buscas e salvamentos. As corporações do Sudeste foram as primeiras a oferecer suporte ao RS, dada a proximidade geográfica, mas o Corpo de Bombeiros da Paraíba já estava na expectativa de acionamento.

Vice-governador se despede dos militares

A saída dos militares foi acompanhada pelo vice-governador do estado, Lucas Ribeiro. “O país inteiro está consternado com essa tragédia que assola o povo gaúcho. A Paraíba se faz presente para ajudar, para socorrer quem mais está precisando. Esse é o espírito do povo paraibano. Por orientação do governador João Azevêdo, mobilizamos nossos bombeiros, equipamentos e recursos para dar suporte às famílias afetadas por esse desastre. Desejamos que essa missão seja abençoada e que nossos bombeiros retornem em segurança”, afirmou.

O subcomandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Lucas Medeiros, destacou o papel da corporação no apoio à população do Rio Grande do Sul. “Com certeza esses militares irão prestar o socorro da melhor forma possível para que tenham bons resultados. Que tragam tranquilidade para as famílias, que levem ajuda humanitária, que levem acalento para aquele povo que está tão sofrido”, disse, acrescentando que, caso haja necessidade, novas equipes serão enviadas ao Rio Grande do Sul.

A equipe de bombeiros militares da Paraíba se juntará aos que já estão no Rio Grande do Sul oriundos dos demais estados brasileiros, atuando em busca e resgate de pessoas em áreas alagadas, recuperação de corpos soterrados, por meio dos cães farejadores Raja e Rhana, como também ajudar nas ações humanitárias.

Data de retorno dos paraibanos é incerta

No último domingo,  a corporação paraibana foi convocada e liberada para iniciar o processo de transporte de recursos humanos, animais e materiais. A data de retorno da equipe ainda é indeterminada, mas o coronel Vieira acredita que a equipe permanecerá na região por pelo menos cinco dias, um limite operacional, inclusive, por motivo de exaustão.

 “É justamente isso que estamos indo fazer lá também: render as corporações que já estão lá por mais ou menos esse período. Já estamos na expectativa do envio de outros membros da nossa corporação quando do retorno da primeira equipe, mas precisamos aguardar o andamento das operações. A gente se comunica com a base da Paraíba e, havendo  essa possibilidade, podemos também enviar novas tropas”, concluiu Vieira.

Sobre as embarcações, o tenente Hellysson afirmou os botes podem comportar até seis pessoas, dependendo da finalidade em termos de velocidade da embarcação. “Quanto às embarcações, se precisarmos de mais potência do motor, a embarcação deve levar duas ou três pessoas. Se for para levar pessoas numa potência menor, podemos levar entre cinco e seis pessoas com tranquilidade. Se quiser ir mais rápido, a gente reduz a carga”, explicou Hellysson.

O tenente Santiago trabalha com a Raja, uma cadela da raça pastor belga malinois dotada de certificado internacional de treinamento. Santiago é condutor e chefe do canil do CBMPB de João Pessoa e detalha a participação dos cães no auxílio às vítimas: “Para o trabalho no Rio Grande do Sul vão a Raja e a Rhana, outra pastor belga. As duas são treinadas para achar tanto pessoas com vida quanto pessoas já em óbito e treinam bastante nas áreas de mata, área de deslizamento, estruturas colapsadas. Os cães têm um vasto treinamento e são muito experientes; já operaram em outras ocorrências e já localizaram bastante gente. Então, eles estão indo para somar nas buscas das pessoas desaparecidas. A Raja está com três anos, chegou com 60 dias e já começou a treinar”.

Para o major Fernandes, esta é uma catástrofe sem precedentes. “A maior [catástrofe] que teve por lá foi em 1941 e essa superou aquela”, disse.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 07 de maio de 2024.