Por José Alves*
A Pracinha de Iemanjá, situada na Praia do Cabo Branco será reconstruída pela Secretaria de Planejamento de João Pessoa (Seplan-JP). Segundo o secretário executivo da pasta, Ayrton Lins Falcão Filho, o projeto para a recuperação do local já está pronto, porém, aguardando os procedimentos administrativos que vão possibilitar a licitação e contratação da obra.
Na reconstrução da pracinha está prevista a inclusão de uma área de vegetação, instalação de bancos, plantio de coqueiros, criação de estacionamento, além de um largo central e um espaço multiuso. O valor do investimento a ser aplicado na recuperação da praça ainda não foi divulgado.
No que diz respeito à restauração da imagem de Iemanjá, que faz parte da praça, e é o principal símbolo das religiões de matriz africana na capital, ainda não há confirmação de sua inclusão no projeto.
De acordo com informações da assessoria da Seplan, a estátua só será restaurada após reunião dos técnicos da prefeitura com os integrantes do Fórum de Diversidade Religiosa da Paraíba.
A imagem da divindade, que teve a cabeça cortada há sete anos por vândalos, também tende a ser restaurada, mas, isso só acontecerá após reunião entre as partes interessadas, segundo informações da assessoria da Seplan. Ainda falta decidir se a estátua da divindade ficará na pracinha ou se vai ser levada para o Largo da Gameleira, em Tambaú.
De acordo com informações da assessoria da Seplan, as lideranças das religiões de matriz africana informaram que a estátua de Iemanjá ficaria mais protegida no Largo da Gameleira, ao lado do Mercado dos Pescadores. Mas essa decisão ainda não foi tomada.
A imagem de Iemanjá que dava nome à Pracinha, na Praia do Cabo Branco, foi bastante danificada por atos de vandalismo, ocorridos em 2016. Ela teve a cabeça cortada e os dedos quebrados. Caso haja a restauração, o projeto da Seplan prevê uma proteção de vidro reforçado a fim de evitar que a estátua não seja novamente vandalizada.
Uma reunião deve ser agendada entre os integrantes do Fórum de Diversidade Religiosa da Paraíba com a Secretaria de Planejamento do município para que o projeto de revitalização da estátua de Iemanjá seja retomado. Para as lideranças religiosas, os atos de vandalismo contra a imagem da divindade são classificados como ações de intolerância religiosa.
No ano de 2016, foi a segunda vez que a imagem de Iemanjá foi alvo de vandalismo. Em 2013, a estátua também teve sua cabeça arrancada e as mãos cortadas. Na época, após os atos, o Patrimônio Artístico e Cultural de João Pessoa restaurou a estátua. A Lei especifica que atos de intolerância religiosa ou preconceito é uma prática criminosa e que os infratores podem ser punidos com até três anos de reclusão.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 4 de fevereiro de 2023.