Um dos principais ambientes sociais de uma cidade urbanizada como João Pessoa são as praças. Espaços de encontros diversos, de exercícios importantes para a saúde e o lazer, as praças fazem parte do cotidiano da população em vários níveis e sentidos. Como resultado da falta de educação da população, essas localidades acabam sendo alvo de depredações e atos de vandalismo.
De acordo com dados obtidos na Secretaria de Desenvolvimento e Controle Urbano (Sedurb) da capital paraibana, a cidade tem 270 praças. Em muitas delas, há intervenções comuns, como pichações e objetos quebrados, ora mal utilizados, ora alvo de depredações.
Um desses espaços de convivência da cidade é a Praça da Paz, nos Bancários. O ambiente, caracterizado pela utilização horizontal e diversa da comunidade, recebe pessoas que buscam fazer exercícios na academia ao ar livre, crianças que se divertem no vasto espaço, nas escorregadeiras, cadeiras de balanço e pista de skate e adultos que fazem do lugar um local de cultura viva e boemia.
No entanto, segundo o relato do morador do bairro, Américo Cabral, pichações e recipientes de lixo quebrados ainda são problemas recorrentes no equipamento público. “Alguns objetos são mais frágeis, mas o que ocorre muito é vandalismo. Infelizmente, há muitas pessoas em situação de rua que acabam provocando esses danos. As academias a céu aberto, por exemplo, precisam de manutenção constante. O bairro é muito cultural, com intensa vida noturna. Vem muita gente boa, mas também atrai marginais, e isso traz consequências”, avaliou Américo.
Ramon Cavalcanti, também residente da área e assíduo frequentador de praças da Zona Sul da cidade, lamentou a quebra de alguns equipamentos de exercícios físicos e de lazer nessas localidades, além de identificar o que chama de demora do Poder Público para efetuar os reparos devidos e resolver os problemas.
“Realmente é comum, às vezes por uso errado ou mesmo pela quantidade de utilização, identificarmos algumas coisas quebradas nas praças. Têm casos de depredação também. Embora eu entenda que a falta de educação das pessoas seja totalmente de responsabilidade do Poder Público, é frustrante quando não consertam depois. Quem usa corretamente acaba sendo afetado, pois ficam sem poder utilizar alguns equipamentos”, comentou.
Administração municipal
A reportagem do jornal A União buscou contato com a Secretaria de Desenvolvimento e Controle Urbano (Sedurb), com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos e Zeladoria (Sesuz) e com a Guarda Civil Metropolitana, instituições vinculadas à administração municipal.
As assessorias da Sesuz e da Sedurb explicaram que ainda não há um levantamento da quantidade de praças danificadas e qual o montante do investimento para a recuperação dos espaços, em casos de vandalismo ou quebra por outros motivos, de equipamentos públicos.
O comandante da Guarda Civil Metropolitana, Vitor Freire, explicou que a instituição é responsável por salvaguardar os espaços públicos da cidade, como as praças, e que vem atuando nesse sentido com observações constantes. “Todo cidadão que identificar pessoas depredando e pichando as praças da cidade pode e deve ligar para o 153. Temos rondas constantes para observar movimentos suspeitos nesse sentido, fazer a abordagem e encaminhar quem danifica para a Central da Polícia. Muitas vezes, as penas atribuídas a essas pessoas são de pintar e recuperar os espaços vandalizados”, explicou.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 5 de setembro de 2025.