Em uma ação conjunta entre investigadores da Paraíba e a Polícia Militar de Pernambuco, foi preso, por volta das 17h de ontem, o homem suspeito de matar uma adolescente de 15 anos, no último domingo (14), na cidade de Monteiro, no Cariri paraibano. Gilson da Cruz de Oliveira, de 56 anos, estava no município pernambucano de Brejo da Madre de Deus, a cerca de 120 quilômetros de onde o crime aconteceu. Ele é suspeito de assassinar a tiros Maria Vitória dos Santos, de 15 anos, com quem mantinha um “relacionamento”, segundo a Polícia.
Gilson da Cruz foi preso ainda em flagrante graças à ação da Polícia Civil da Paraíba, que localizou o carro do suspeito no município de Caruaru – a 67 quilômetros de Brejo da Madre de Deus, onde ocorreu a prisão – com auxílio do sistema de monitoramento do trânsito. Ele foi trazido para a Paraíba e a Polícia Civil está dando continuidade às investigações, de forma mais detalhada.
“Agora seguimos para a lavratura do ato de prisão e daremos cumprimento à prisão preventiva”, informou o delegado Sávio Siqueira, responsável pelo caso. O delegado destacou que o fato do suspeito ser 41 anos mais velho do que a vítima, que era menor de idade, poderá influenciar na penalidade, caso ele venha ser condenado.
O feminicídio aconteceu na Vila Popular, Loteamento Apolônio, no bairro de Bernardino Lemos, em Monteiro. Testemunhas informaram à polícia que Gilson da Cruz, que é proprietário de uma padaria, mantinha um relacionamento com Maria Vitória. Eles estariam bebendo num bar da cidade quando uma discussão foi iniciada. Foi nesse momento que o homem teria efetuado os disparos contra a adolescente. Ainda com a arma do crime, o empresário fugiu do local.
Segundo o delegado Sávio Siqueira, o empresário já tem um historio de violência contra a mulher, e uma das vítimas foi uma filha. Em junho de 2019, ele teria agredido violentamente a jovem, dentro de casa, por causa de uma discussão, pois Gilson foi flagrado agredido um animal de estimação da filha, que reclamou das agressões.
No dia seguinte, quando a jovem chegou à escola onde estudava e uma das professores indagou o que havia ocorrido, ela contou e, no mesmo instante, o Conselho Tutelar foi acionado, juntamente com a Polícia Militar, que foi até a casa do empresário e o conduziu à Delegacia de Polícia de Monteiro. Ao ser interrogado, Gilson alegou que “perdeu a paciência com a menina”. Por conta dessa agressão, o empresário foi condenado a seis meses de detenção, em regime fechado, e a sentença foi expedida em abril deste ano. A pena foi substituída pelo prazo de dois anos prestando serviços à comunidade.
Processos
Além da agressão contra a própria filha e do feminicídio, o empresário Gilson Cruz de Oliveira responde a outro processo, que corre em segredo de Justiça, também por agressão contra uma ex-namorada. Em relação ao relacionamento com Maria Vitória, testemunhas revelaram que ele era violento com a adolescente, com a prática de xingamentos e agressões.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 16 de julho de 2024.