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febre do oropouche

Primeiro caso é confirmado na PB

publicado: 12/07/2024 08h50, última modificação: 12/07/2024 08h50
Secretaria verificou que se trata de um caso importado, ou seja, a infecção não ocorreu no território paraibano
2024.07.11 repelente © Carlos Rodrigo (12).JPG

Em áreas com incidência do mosquito, deve-se usar roupa que cubra a maior parte do corpo e aplicar repelente na pele exposta | Foto: Carlos Rodrigo

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) confirmou, ontem, o primeiro caso da febre oropouche na Paraíba. O paciente, um homem de 34 anos, morador de João Pessoa, procurou atendimento médico ao apresentar sintomas semelhantes aos da dengue, depois  de ter voltado de uma viagem ao estado de Pernambuco. O diagnóstico para a febre foi confirmado por meio de exame realizado no Laboratório Central de Saúde Pública da Paraíba (Lacen-PB).

"O paciente apresentou sintomas três dias depois de voltar de viagem a Pernambuco. Lá, há registros da doença em 10 municípios"
- Carla Jaciara

De acordo com Carla Jaciara, técnica das arboviroses da SES, a secretaria verificou que se trata de um caso importado, ou seja, a infecção não ocorreu no território paraibano. “Diferentemente da Paraíba, Pernambuco já tem registros da doença em 10 municípios. O paciente apresentou sintomas três dias depois de voltar de viagem. Fez exame para a dengue, chikungunya e zika, não detectável. Então, com base no cenário epidemiológico dos locais por onde ele passou, foi realizado o exame necessário para o diagnóstico dessa febre. É importante frisar que o usuário se recupera bem, está em casa, aparentemente saudável”, explicou.

Os sintomas da febre oropouche são semelhantes aos das arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, por isso, é necessário que, ao apresentá-los, a população procure o serviço de saúde mais próximo, para receber o tratamento adequado. Entre os principais sintomas, estão: febre de início súbito, dor de cabeça, dor muscular e articular, tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas, vômitos.

Transmissão

Diferentemente de dengue, zika e chikungunya, que são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, a oropouche tem, como principal transmissor, o mosquito maruim — também chamado de “muruim” —, comum no território paraibano. A transmissão ocorre por meio dos mosquitos infectados.

De acordo com Nilton Guedes, chefe do Núcleo de Fatores Biológicos e Entomologia da SES, o maruim é um tipo de mosquito presente, principalmente, em locais úmidos. Ao contrário do Aedes aegypti, ele não se prolifera em água parada, porém, é necessário evitar entulhos ou materiais em decomposição. “Orientamos as pessoas a fazerem limpeza em seus quintais e nos arredores das casas. Em locais onde existe a confirmação do maruim, é preciso utilizar repelentes e roupas que cubram todo o corpo, para evitar picadas do mosquito”, disse.

Segundo ele, a SES está realizando, neste mês e no próximo, um trabalho de captura do mosquito, para avaliar e identificar possíveis regiões mais propícias para a sua proliferação — espaços de mangue, vegetação clima úmido, plantações e lugares com depósito de matéria orgânica. O processo começará nos municípios fronteiriços com o estado de Pernambuco: Salgado de São Félix, Umbuzeiro, Natuba, Pitimbu, Caaporã, Pedras de Fogo, Juripiranga e Itabaiana.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 12 de julho de 2024.