Considerada a maior obra hídrica já realizada na Paraíba e a segunda maior do Nordeste, o Canal Acauã-Araçagi segue com as obras em ritmo acelerado. O primeiro dos três lotes que compreendem a obra está em fase de conclusão com previsão de entrega até o mês de junho deste ano. O canal possui uma extensão de 133 km, e atende 12 municípios diretamente e 35 indiretamente, onde mais de 600 mil habitantes serão beneficiados. Ao todo, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Infraestrutura, Recursos Hídricos, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia (Seirhmact), em parceria com o Governo Federal, está investindo mais de R$ 1 bilhão.
A obra do Canal Acauã/Araçagi - Adutor das Vertentes Litorâneas visa o atendimento e abastecimento de água para todos os municípios de sua área de influência, em caráter regular e contínuo, e durante todo o período seco e ainda objetiva a sustentabilidade hídrica para os 35 municípios, irrigação para mais 15 mil hectares, desenvolvimento da agricultura familiar e empresarial, e piscicultura, viabilizando assim uma melhor qualidade de vida, emprego e renda no meio rural.
A execução das obras do Canal Acauã-Araçagi está dividida em três lotes. O primeiro possui cerca de 48 km, o segundo 46 km e o terceiro 18 km. O primeiro lote está em fase de conclusão com previsão de entrega até o mês de junho deste ano e já recebeu investimentos superiores a R$ 364 mil de um total de R$ 417,6 mil para esta fase.
Com a conclusão do primeiro trecho, o canal está apto a receber as águas do eixo Leste do Rio São Francisco, cuja captação se dará em uma tomada d’água construída na barragem de Acauã. Neste primeiro trecho, a obra vai beneficiar quatro municípios paraibanos: Itatuba, Mogeiro, Itabaiana e São José dos Ramos.
O secretário de Infraestrutura, Recursos Hídricos, Meio Ambiente Ciência e Tecnologia, João Azevedo, destacou a importância da obra. “É a grande obra hídrica do Estado da Paraíba! É uma mini transposição, é uma obra que vai levar água a partir de Acauã, cuja fonte de Acauã receberá água da transposição do Rio São Francisco, e distribuir essa água até a parte Norte do estado, lá no município de Curral de Cima, passando por grandes áreas passíveis de receber investimentos na área de irrigação. A obra interfere também na economia dos municípios. Hoje mais de 600 homens já trabalham nas obras do canal. Tudo vai mudar com a chegada do canal. Nós estamos com a expectativa de inaugurar o primeiro trecho no mês de junho deste ano”, comentou.
Canal Acauã-Araçagi
O Adutor das Vertentes Litorâneas se compõe de nove segmentos de canais abertos, com seções trapezoidais; seis trechos em sifões invertidos, construídos em tubos de aço e que servem para ultrapassar vales de rios e córregos cruzados em seu caminhamento; tendo, ainda, dois trechos pequenos em túnel. O Canal foi projetado para transportar uma vazão máxima de 10 m³/s de água bruta, no seu primeiro trecho (Trecho I), que vai de Acauã até o rio Gurinhém. Nesse ponto, antes de cruzar o rio por meio de um sifão invertido, ele descarrega 3,5 m3/s, seguindo, a partir daí, com 6,5 m3/s. Esta derivação tem a finalidade de, a partir de certo ponto a ser determinado, abastecer um açude a ser construído no Rio Gurinhém, ou em um seu afluente da margem direita.
Desse ponto, vai até próximo ao cruzamento do rio Mamanguape, logo à jusante do barramento do Açude Araçagi; caracterizando-se então o Trecho II, e aí ele descarrega mais 4 m³/s antes de cruzar o rio (nesse caso também por meio de um sifão invertido). Esta derivação irá permitir abastecer o Açude Araçagi. Daí, transportando os 2,5 m³/s restantes, atravessa o rio Mamanguape e vai descarregá-los, ao final, num afluente da margem direita do rio Camaratuba, ficando então caracterizado o seu Trecho III, onde no final do traçado do referido projeto, deverá ser construído um segundo reservatório, num afluente do Rio Camaratuba ou nesse próprio rio.
Celso Furtado
No seu perfil oficial do Instagram, o governador Ricardo Coutinho anunciou ontem que o canal vai receber o nome de Celso Furtado, economista e escritor paraibano nascido em Pombal, que foi ministro do Planejamento e da Cultura e membro da Academia Brasileira de Letras.