O Museu de História da Paraíba ocupa o espaço onde funcionou, por décadas, a sede do Governo do Estado. A obra de restauração, executada por meio da Superintendência de Obras do Plano de Desenvolvimento do Estado (Suplan), é a maior já realizada no Palácio desde sua construção. Com investimento superior a R$ 11,5 milhões, os serviços contemplaram uma área de 3.074,80 m², abrangendo o prédio principal e o anexo, e marcaram um novo capítulo na valorização do Centro Histórico de João Pessoa.
O responsável pela gerência operacional da implantação, o artista plástico, escritor e professor Chico Pereira, destacou a complexidade do trabalho. “Passamos por uma restauração completa do Palácio da Redenção, respeitando todas as normas internacionais de Museologia, pois é um prédio tombado e não pode ser alterado. Durante os últimos anos, o edifício sofreu deteriorações que foram recuperadas com cuidado”, explicou.
Segundo o professor, a requalificação do espaço representa mais do que conservação: “Foi um trabalho árduo, mas necessário para que o Palácio da Redenção retome seu brilho histórico, oferecendo à população um espaço de conhecimento e valorização”.
Com a obra, onde antes funcionavam gabinetes do Poder Executivo, agora estão salas de exibição, espaços educativos, acervos, áreas de mediação cultural, auditório, hall de entrada, pátios abertos e até o mausoléu de João Pessoa, completamente integrado à visitação. Os salões nobres, o terraço e os jardins foram revitalizados com cuidado especial para preservar a identidade original do edifício e oferecer uma nova experiência de imersão na história.
Valor simbólico
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep) em 1980, o Palácio agora se insere no mesmo modelo adotado por outros estados brasileiros, como Pernambuco e Bahia, que transformaram prédios de forte valor simbólico em museus de referência.
Modernização e respeito às características originais
Para o secretário de Estado da Cultura, Pedro Santos, o museu abrigará um valioso acervo que conta a história política e cultural da Paraíba, ao mesmo tempo fortalece o turismo e preserva a memória do estado. “É a história sendo contada em um prédio que foi inicialmente residência dos jesuítas, depois sede do Governo da Paraíba e moradia de governadores até 1971. Orgulha-me imensamente viver esse marco histórico enquanto gestor público, dada a dimensão exponencial, em termos de resguardo da nossa história, que essa inauguração significa para o povo paraibano”, afirmou.
A superintendente da Suplan, Simone Guimarães, também destacou a grandiosidade do projeto. “A complexidade da obra pode ser medida não apenas pelo valor do investimento, mas principalmente pela engenharia de alto padrão. Empresas especializadas foram contratadas para recuperar todas as esquadrias em madeira — portas, janelas, forros e elementos estruturais —, respeitando as características originais do prédio, tombado como patrimônio histórico. A intervenção garante não só a preservação, mas sua funcionalidade como espaço público contemporâneo e museológico”, frisou.
Além da recuperação de portas, janelas, pisos e forros, o espaço foi totalmente modernizado com novas instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, de climatização, cabeamento estruturado, combate a incêndio, acessibilidade e segurança. A fachada revitalizada já voltou a ser ponto de destaque na Praça dos Três Poderes, chamando a atenção de quem circula pelo Centro da capital.
Estímulo à pesquisa
Criado em 2021, por meio do Decreto nº 41.817, o Museu de História da Paraíba foi concebido para fomentar ensino, pesquisa e reflexão sobre personagens e fatos que marcaram o estado. O acervo reúne compartimentos temáticos sobre períodos fundamentais, como a colonização, o Primeiro e Segundo Reinados, o período provincial, a Revolução de 1930 e a Paraíba contemporânea.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 03 de Outubro de 2025.