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CAMINHOS DO FRIO

Rota cultural retorna ao seu berço

publicado: 19/08/2024 09h36, última modificação: 19/08/2024 11h52
Bananeiras foi a única cidade a receber a 1a edição do evento, em 2006; circuito agora conta com 10 municípios
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Programação terá oficinas de temas variados, apresentações musicais e rodas de conversa, mas visitantes também poderão fazer passeio pela história da cidade | Foto: Hilton Gouveia/Arquivo A União
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Foto: Divulgação/Secom-PB
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Localizada no “coração do Brejo paraibano”, Bananeiras oferece aconchego e encantamento em áreas urbanas e rurais | Foto: Reprodução/Instagram
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Lajedo Preto 1_Reprodução Instagram.jpg

por Emerson da Cunha*

De 19 a 25 de agosto, a cidade de Bananeiras, no Brejo paraibano, será a nova estada da Rota Cultural Caminhos do Frio, realizada pelo Fórum de Turismo Sustentável do Brejo Paraibano, com apoio do Governo do Estado da Paraíba, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e de prefeituras participantes. Segundo a secretária de Cultura e Turismo de Bananeiras, Karina de Leon, cerca de 10 mil visitantes são esperados para a semana. O número representa 40% da população local, que, atualmente, é de cerca de 25 mil habitantes.

Foi em Bananeiras que o Caminhos do Frio nasceu. O município foi o único a receber a primeira edição do evento, em 2006. Atualmente, a rota abrange outras nove localidades. Agora, na sua 19a edição, o circuito já passou pelas cidades de Areia, Pilões, Matinhas, Solânea, Serraria, Borborema e Remígio. Depois de Bananeiras, sediam o evento os municípios de Alagoa Grande e Alagoa Nova.

“Estamos priorizando o tema que é Ariano Suassuna e o Movimento Armorial. Em termos de programação, de visitação, temos várias oficinas — por exemplo, sobre cachaça e sobre produção de chope —, além de palestra sobre execução do café feito aqui, em Bananeiras. A gente também vai colocar bandas filarmônicas das cidades vizinhas, realizar um festival de gastronomia e priorizar os artistas locais”, conta Karina de Leon.

Para a secretária, a ideia é aproveitar a rota cultural tanto para aquecimento da economia local como para ativar potenciais turísticos da cidade. “A gente está pronto para receber os turistas que estamos prospectando. A cidade já é turística, e este é um momento em que esperamos receber gente de todo lugar. Temos passeios de aventura, belezas naturais, restaurantes rurais — alguns com histórias centenárias — e áreas que são patrimônios históricos. As pessoas podem aproveitar e fazer visitação a esses pontos. A cidade é aberta nos 12 meses do ano para receber o turista e continua aberta no Caminhos do Frio”, enfatiza Karina.

Gastronomia é diferencial

Dentro da programação do Caminhos do Frio, em todas as cidades participantes, as quartas-feiras são reservadas a um festival gastronômico, com investimento do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). 

Em Bananeiras, como cidade de alta gastronomia, a programação facilitará o acesso à informação e a valorização dos restaurantes e dos meios de hospedagens de toda a região, conforme reforça o presidente do Fórum de Turismo Sustentável do Brejo Paraibano, Jaime Sousa.

“O Caminhos do Frio é sediado em uma cidade, mas beneficia tudo o que está ao redor dela. Entre os atrativos [de Bananeiras], há os equipamentos gastronômicos, os restaurantes rurais e trilhas ecológicas. Os equipamentos turísticos privados também estão em alta, principalmente os ecoparques”, analisa.

Jaime Sousa cita estabelecimentos que devem atrair mais clientes durante a rota.

“O Rancho Country Music é um dos restaurantes mais bem visitados, a Estação Bananeiras, o Terraço Lisboa, o Lajedo Preto, bastante visitado e valorizado. Essa gastronomia rural e o luxo da gastronomia em Bananeiras fazem com que o município se engrandeça ainda mais”, aponta.

Prioridade na estruturação do turismo

O presidente do Fórum de Turismo Sustentável do Brejo destaca a priorização na produção cultural das cidades. “Nossa prioridade é preservar raízes culturais das cidades do Brejo paraibano. O coco de roda, a ciranda, a capoeira, as quadrilhas e a cultura nordestina na gastronomia, no artesanato e nas apresentações culturais. Tudo isso deve ser priorizado, principalmente nas contratações dos artistas locais e no intercâmbio cultural e regional. Ter 90% da programação com artistas locais é uma prioridade do Caminhos do Frio”, defende Jaime Sousa.

Outra regra do evento é que os municípios estejam no Mapa do Turismo Brasileiro. Segundo Jaime Sousa, o Caminhos do Frio também é uma forma dos municípios se mobilizarem para ter planos municipais de Turismo, com políticas públicas acessíveis e conselhos municipais ativos. A busca é pela organização do turismo local para que seja ainda mais atrativo em todos os municípios.

Expectativa

Esta é a terceira edição do Caminhos do Frio no período de pós-pandemia. Em 2022, ano da retomada, a organização do evento constatou uma grande participação. Em 2023, os números foram ainda melhores. Agora, em 2024,  já se percebe não só uma boa quantidade como uma maior variedade no perfil de visitantes. “Hoje, estamos recebendo não só o Brasil, mas estrangeiros. Não temos dados estatísticos no fórum, mas as pousadas estão externando, o nosso grupo mesmo tem percebido a quantidade de estrangeiros se hospedando por aqui e visitando os museus. Recebemos europeus, asiáticos e pessoas da América do Norte. Isso faz com que nosso turismo se consolide ainda mais”, afirma Jaime.

No total, a expectativa do Caminhos do Frio é receber quase meio milhão de pessoas durante toda essa edição. “Nossos eventos duram uma semana e recebemos de 10 a 30 mil pessoas a cada um deles. Como turistas mesmo, de hospedagem, acho que recebemos entre 100 mil e 200 mil, mas, entre visitantes passeando no Caminhos do Frio durante esses 70 dias consecutivos, maior do que o São João, maior evento turístico integrado do planeta, acredito que já chegamos a 500 mil pessoas”, conclui Jaime.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 18 de agosto de 2024.