Uma operação da Delegacia de Defraudações e Falsificações da Polícia Civil, em Campina Grande, cumpriu mandados de busca e apreensão no Estádio Renatão, sede do Campinense Clube. A ação realizada na manhã de ontem apreendeu documentos, computadores, celulares e maquinetas de cartão de crédito.
O superintendente da Polícia Civil em Campina, Paulo Ênio, destacou que a investigação tem como alvo a gestão feita por Danilo Maia, ex-presidente do clube. “A nossa intenção é apurar os possíveis delitos ali existentes, dentre eles o desvio de recursos, falsidade ideológica, estelionato e crimes tributários. Se por ventura, a investigação tiver como consequência ajudar na pacificação do clube, ficaremos felizes.”
De acordo com Eduardo Leite, delegado responsável pelas investigações, o inquérito teve início a partir de pedidos internos do Campinense e o período investigado é de 2021 até o momento. “Friso que essa medida foi feita direcionada à gestão das pessoas que não estavam trabalhando, pelo contrário, estavam enriquecendo ilicitamente. O recurso arrecadado era para passar nos cofres do clube e isso não estava acontecendo. O Campinense já vem passando por problemas financeiros e esse desvio de verbas traz ainda mais complicações para o time”, afirmou Leite.
Durante a operação foi verificada uma apropriação indevida no valor de R$ 46 mil no período em que Danilo Maia encontrava-se como presidente do Campinense. Até o momento, nenhum mandado de prisão foi emitido, apenas medidas cautelares para os investigados.
Além da sede da Raposa, três residências também foram alvo da operação, denominada Gol de Placa: duas em Campina Grande e uma em João Pessoa. Porém, os nomes dos proprietários não foram divulgados pelas autoridades.
Eleições
Além dos desvios de recursos, a investigação também estuda a falsificação de documentos envolvidos na eleição do presidente Lênin Correia, que renunciou ao cargo em maio deste ano.
Segundo o delegado, Correia é um dos investigados. “Nós averiguamos alguns documentos que foram utilizados para viabilizar a votação de alguns sócios, porém, quanto a esse tema, já existe uma ação na esfera civil e é a Justiça que vai determinar o resultado. Nós nos atemos com o trabalho técnico policial de revelar as práticas criminosas que estavam acontecendo dentro da instituição. A eleição do clube é uma situação interna que não nos cabe investigar”, explicou.
Apesar de terem se prontificado a divulgar uma nota, os dirigentes do Campinense não haviam se pronunciado, até o fim da tarde de ontem, sobre a operação realizada pela Polícia Civil.
Na operação, foram apreendidos computadores, celulares e maquinetas
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 30 de outubro de 2024.