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ATÉ OUTUBRO

SES estende vacinação antirrábica

publicado: 05/09/2024 08h52, última modificação: 05/09/2024 08h52
Objetivo é vacinar por volta de 820 mil animais, já que Dia D alcançou apenas 35,8% da meta do Ministério da Saúde
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Ação realizada no sábado passado atingiu somente 42,88% dos gatos e 33,25% dos cães | Foto: Arquivo A União

por Lílian Viana*

Para ampliar a cobertura vacinal de animais, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) decidiu estender a campanha de vacinação contra a raiva animal até o dia 30 de outubro. Segundo dados preliminares do órgão, o Dia D, realizado no último sábado (31), alcançou apenas 35,8% da meta total, que é vacinar por volta de 820 mil animais que tenham a partir de três meses de idade. A iniciativa também não atingiu a cobertura estipulada por populações, atingindo somente 42,88% dos gatos e 33,25% dos cães.

Segundo o médico veterinário Assis Azevedo, chefe da Área Técnica do Núcleo de Controle de Zoonoses da SES, a continuidade da campanha é importante para garantir o acesso às vacinas gratuitas, especialmente em áreas de difícil ingresso. “Queremos que a vacina chegue para todos e, para isso, é necessário oferecê-la por mais tempo. É importante, também, que os tutores levem seus animais aos postos disponibilizados por cada município, para que o estado continue se mantendo livre da doença”, reforçou.

Eficiente
Desde 2008, o Programa Nacional de Imunização do MS disponibiliza a Vacina de Cultivo Celular para cães e gatos, que tem melhor resposta imunológica e ação mais duradoura

O último caso de raiva humana transmitida por cães (Variantes 1 e 2), na Paraíba, foi registrado há 25 anos, nos municípios de Queimadas e João Pessoa. Já os últimos casos de raiva humana com variante de outras espécies animais foram em 2015 e 2020, nos municípios de Jacaraú e Riacho dos Cavalos, respectivamente. No caso de Jacaraú, o animal envolvido no acidente foi um felino, mas o vírus identificado foi o da Variante 3, oriundo dos morcegos hematófagos. Em Riacho dos Cavalos, a raposa foi o animal agressor, com variante oriunda dos canídeos silvestres.

Desde 2008, o Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde (MS) disponibiliza a Vacina de Cultivo Celular para cães e gatos, que tem melhor resposta imunológica e ação mais duradoura, sendo uma ação pactuada em tripartite, que faz parte do Plano de Eliminação da Raiva Humana transmitida por cães, principal fonte de infecção no ciclo urbano.

Vacina

Para José Cecílio, veterinário e presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB), vacinar os animais é fundamental, não apenas para a saúde deles, mas para a nossa. “É uma das formas mais eficazes de se prevenir doenças e garantir o bem-estar dos animais. Além disso, ao mantermos as vacinas em dia, ajudamos a controlar a disseminação de zoonoses, que são doenças transmitidas entre animais e seres humanos”, destacou.

A raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma inflamação no sistema nervoso central (encefalite), podendo causar a morte em aproximadamente 100% dos casos, tanto para os humanos quanto para os animais. A transmissão aos humanos é feita por meio de mordidas, arranhões e saliva de animas infectados em contato com a pele lesionada ou com mucosas. Vacinar os cães e gatos é a medida mais importante para evitar a contaminação de seres humanos com o vírus da raiva.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 05 de setembro de 2024.