O comando de greve da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) fará, amanhã, uma assembleia geral ordinária para discutir as reivindicações da categoria e decidir sobre um indicativo de greve, com previsão de início à meia-noite da próxima sexta-feira (16). A reunião ocorrerá às 18h30, nas sedes do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos na Paraíba, Empreiteiras e Similares (Sintect-PB), localizadas em João Pessoa e Campina Grande.
Ontem, representantes dos servidores da ECT realizaram um chamamento público na unidade dos Correios no bairro Cristo Redentor, em João Pessoa, convocando os trabalhadores para a assembleia. Na Paraíba, existem 1.173 empregados públicos dos Correios, dos quais 950 são associados ao sindicato.
O diretor do Sintect-PB, Ironaldo José Ferreira, defende a importância da nova mobilização para a obtenção de melhores condições de trabalho para a categoria. “Convocamos todos os trabalhadores a participarem dessa assembleia; a união é muito importante. Um dos principais problemas atuais é a falta de colaboradores, já que o último concurso ocorreu em 2011. Estamos sobrecarregados”, declarou.
Reivindicações
Entre as reivindicações dos trabalhadores da ECT, está um reajuste salarial de 10% acima da inflação e um vale-alimentação extra no mês de dezembro (“vale-peru”), além de mais 70% no adicional de férias e da realização de um novo concurso público para a empresa. Os profissionais ainda pedem que seu plano de saúde seja descontado do salário--base, e não do salário bruto, e a redução da coparticipação do plano.
O secretário-geral do Sintect-PB, Tony Sérgio, falou sobre a questão: “O salário-base é de R$ 2.800, mais benefícios. A gente está pedindo o reajuste da inflação, mais 10% de aumento real, com o intuito de diminuir as perdas acumuladas. Em relação ao plano de saúde, a empresa realiza o desconto sobre o salário bruto, mas ele deveria ser cobrado do salário-base. Quando o trabalhador utiliza o plano de saúde, chegam a ser descontados 40% da remuneração”.
Propostas
Na última negociação, ocorrida neste mês, a ECT propôs um reajuste salarial de 6,05% a partir de janeiro de 2025, além de outro de 4,11% nos benefícios e um vale extra, nos meses de agosto a dezembro, no valor de R$ 50,93, para empregados com remuneração de até R$ 7,3 mil. Outra melhoria proposta pela companhia é o aumento de 20% nos salários de profissionais com funções “motorizadas” — ou seja, motociclistas e motoristas.
Quanto ao plano de saúde, o processo de alteração do regulamento para a redução da coparticipação de 30% para 15% tem previsão de implementação no próximo mês, após a realização de ajustes para adequação às normas vigentes.
A ECT também está com um concurso público aberto para vagas nas áreas de medicina e segurança do trabalho e informa estar em preparação para a realização de outro processo seletivo nacional, para cargos de níveis médio e superior, com contratações previstas para a partir de dezembro.
“Reafirmamos nossa disposição ao diálogo, para a construção de um Acordo Coletivo de Trabalho que seja benéfico para todas as partes envolvidas, mantendo nosso posicionamento firme e convicto de que a mesa de negociação é a melhor saída para todas e todos”, afirmou o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos.
Ainda segundo a empresa, todas as agências dos Correios do país seguem abertas e as entregas estão sendo feitas normalmente. Para cobrir ausências devido à paralisação anunciada pelo sindicato, foram adotadas medidas como o remanejamento de funcionários e o cumprimento de horas extras.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa no dia 14 de agosto de 2024.