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Saúde ocular

Síndrome do olho seco pode causar lesões graves

publicado: 18/07/2024 11h10, última modificação: 18/07/2024 11h10

por Sara Gomes*

O ser humano deve piscar, no mínimo, 12 vezes para manter a lubrificação natural dos olhos. Se você apresenta visão embaçada, sensação de areia ou corpo estranho nos olhos, lacrimejamento excessivo seguido de períodos de olho seco, ardência ou sensibilidade à luz, é provável que esteja com a Síndrome do Olho Seco. Para alertar a população, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia instituiu o Julho Turquesa - mês de conscientização para o tratamento do olho seco, que interfere na qualidade de vida e da visão.

A Síndrome do Olho Seco é uma condição multifatorial da superfície ocular, caracterizada pela perda do equilíbrio do filme lacrimal, podendo ser ocasionada por inflamação, dano à superfície ocular e anormalidades neurossensoriais.

Apesar da Sociedade Paraibana de Oftalmologia não possuir dados estatísticos da Paraíba, 12% dos brasileiros sofrem com a Síndrome do Olho Seco, com prevalência maior entre mulheres e idosos. De acordo com a oftalmologista e especialista em doenças externas oculares, córnea e cirurgia refrativa, Camila Gadelha, os usuários de telas, estudantes e pessoas que possuem lente de contato também estão suscetíveis a ter ressecamento nos olhos. “Geralmente são pessoas em idade produtiva, tanto no trabalho como nos estudos, que precisam ficar várias horas em frente ao computador”,revelou.

Diante dos sintomas mencionados, a oftalmologista explica que são realizados alguns exames para estabelecer o diagnóstico e classificação do motivo de olho seco. “ Na consulta de rotina, realizamos alguns testes com corantes vitais e exames computadorizados que nos auxiliam na classificação do olho seco em evaporativo ou por deficiência da produção lacrimal”,declarou.

Algumas modificações ambientais e de estilo de vida podem evitar o aparecimento dos sintomas do olho seco, conforme sugere Camila Gadelha. “ É preciso reduzir a exposição de telas. Se não for possível, lembrar de fazer pausas e piscar mais frequentemente. O uso de colírios lubrificantes e limpeza das pálpebras regularmente também podem ajudar”, orientou.

Por fim, Camila Gadelha destaca a importância dessa campanha para alertar a população sobre a complexidade do olho seco. “Um problema que vai além do desconforto causado pelo uso prolongado de telas. Enquanto muitos enfrentam sintomas leves, é essencial reconhecer que o olho seco pode ser severo e estar associado a condições autoimunes e inflamatórias”, destacou. Algumas doenças autoimunes, como síndrome de Sjögren, artrite reumatoide e lúpus, também podem levar à síndrome.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 11 de julho de 2024.