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Surto de coqueluche acende alerta na Paraíba

publicado: 11/07/2024 08h57, última modificação: 11/07/2024 08h57
Vacina Coqueluche © Divulgacao_Secom-JP.jpg

Vacinação é principal aliada no combate à doença | Foto: Divulgação/Secom-JP

por Priscila Perez*

Tosse seca, falta de ar, febre e cansaço são sintomas comuns em gripes fortes, mas também podem indicar coqueluche, uma infecção respiratória altamente contagiosa, que afeta principalmente crianças e bebês, mas pode ser controlada com a vacinação. O aumento recente de casos de coqueluche na Europa acendeu um alerta global sobre a propagação da doença, que é de difícil diagnóstico. Até o dia 6 de junho, o Brasil registrou 115 casos de coqueluche, contra 217 contabilizados no ano passado.

O boletim epidemiológico mais recente da Secretaria de Estado da Saúde (SES) revela que, do ano passado até junho deste ano, houve 28 notificações de coqueluche na Paraíba, sem confirmação. Ainda de acordo com a pasta, somente neste ano, foram identificados oito casos suspeitos em Campina Grande, dois em João Pessoa, um em Santa Rita e um em São Bentinho, mas todos foram descartados por critério laboratorial.

Segundo o pneumologista Isnard Maul, devido à dificuldade do diagnóstico, a coqueluche é geralmente subnotificada, pois o acesso aos exames nem sempre é simples, e seus sintomas podem ser confundidos com outras infecções virais ou bacterianas. “Nós temos a sorologia para a coqueluche e temos o exame que recomendamos depois de passadas algumas semanas dos sintomas, mas, na prática, não vemos muitas solicitações”, analisa.

Como o especialista destaca, a vacinação continua sendo a principal aliada no combate à coqueluche. O esquema vacinal é composto por três doses para as crianças menores de um ano, com a aplicação de doses de reforço aos 15 meses e aos quatro anos de idade. A imunização também é recomendada para gestantes, puérperas e profissionais da área da saúde.

Sem a imunização, um indivíduo pode transmitir a doença, causada pela bactéria Bordetella pertussis, por meio de gotículas expelidas ao tossir, espirrar ou falar. A transmissão, portanto, ocorre por contato direto. “Quando uma criança pequena não está com o esquema vacinal completo, ela acaba sendo afetada”, observa o médico. Nos bebês de até um ano de idade, a incidência da coqueluche é naturalmente maior, assim como o risco de desenvolver as formas mais graves da doença, que incluem infecções de ouvido, pneumonia, desidratação e até convulsões.

Como uma gripe

Segundo Maul, a coqueluche apresenta fases muito características: inicialmente, há uma tosse persistente e catarral; em seguida, ocorrem acessos de tosse que podem levar ao vômito; e, finalmente, a fase de convalescença, em que o paciente começa a se recuperar. No entanto, a tosse pode persistir por várias semanas depois do quadro agudo, também marcado por coriza, tosse seca e febre baixa. O tratamento é feito com antibióticos.

Em João Pessoa, é possível atualizar a caderneta de vacinação nas Unidades de Saúde da Família (USFs), policlínicas municipais e no Centro Municipal de Imunização. Também há postos de vacinação nos shoppings Sul e Tambiá, bem como no Home Center Ferreira Costa. Em todos esses locais, os paraibanos também têm acesso às vacinas da dengue, Covid-19 e influenza. Pessoas acamadas e restritas ao leito podem fazer o agendamento por meio do número (83) 98645-7727.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 11 de julho de 2024.