“É muito animado”, foi o que atestou a foliã Erlanda Alves, enquanto curtia a concentração do chamado Trem da Folia, na Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), em João Pessoa, no início da tarde de ontem. Essa animação tem trazido a carioca ao pré-Carnaval pessoense por cerca de 10 anos, em visitas que incluem alguns dos mais tradicionais blocos da capital. “Todo ano, eu venho, vou para as Muriçocas, para o Cafuçu”, comentou, explicando que, apesar de morar no Rio de Janeiro, conheceu as prévias carnavalescas de João Pessoa por meio da mãe, que é natural da cidade.
A edição de 2025 do Trem da Folia, que promove um passeio ferroviário ao som de marchinhas de frevo, reuniu cerca de 80 pessoas. Neste ano, o trajeto do bloco, que costuma incluir o município de Cabedelo, teve de ser alterado, devido a uma interdição do trecho até a cidade portuária, por conta da queda de uma barreira e de riscos de novos deslizamentos na via férrea. Os organizadores da festa optaram, então, por realizar duas viagens a Santa Rita, como explicou o presidente do bloco, Shilon Gama.
De acordo com ele, desde sua criação, ainda na década de 1990, o Trem da Folia representa um evento de “aquecimento” para outra atração carnavalesca da capital, o Bloco da Melhor Idade, que ocorrerá na próxima segunda-feira (24), com concentração no Busto de Tamandaré, orla de Tambaú, a partir das 18h. Shilon revelou que a expectativa é que cerca de duas mil pessoas desfilem com o bloco, prestigiando os shows de Gracinha Telles e Frevo Pop, além de participarem de uma cerimônia de coroação do rei e da rainha da folia.
“É um momento muito gratificante, muito estimulante”, definiu Shilon. Segundo ele, o Bloco da Melhor Idade nasceu em 1996, junto ao surgimento da Associação Folia de Rua — que organiza parte da programação carnavalesca de João Pessoa —, e distingue-se, em todo o país, por proporcionar que idosos e crianças divirtam-se juntos nas ruas, em um encontro de gerações diferentes de foliões, já que acontece no mesmo dia do bloco infantil Muriçoquinhas.
Mônica Gama, vice-presidente do Bloco da Melhor Idade, partilha do mesmo entusiasmo de Shilon. Ela contou que passou a integrar a iniciativa há 12 anos, ajudando a elaborar a maquiagem das participantes, já que algumas tinham dificuldades por causa da idade. “Eu tinha 50 anos e, agora, tenho 62. É uma alegria total, é onde você se sente valorizada, feliz. É onde você se encontra”, ressaltou.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 20 de fevereiro de 2025.