As vacinas contra Covid-19 e Influenza são os imunizantes mais procurados pelo público idoso. Além delas, o Ministério da Saúde recomenda a imunização contra hepatite B; difteria e tétano e pneumo 23, entretanto esta última é ofertada apenas a idosos acamados restritos ao leito e de instituições de longa permanência. A vacinação é ofertada pela Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa nas Unidades de Saúde da Família (USFs), Policlínicas e Centro Municipal de Imunização.
O chefe de imunização da Secretaria de Saúde de João Pessoa, Fernando Virgolino, explica que os idosos procuram o serviço mais intensamente no período de vacinação de campanha. “Quando a equipe confere o cartão de vacinação e observa que há vacinas indicadas que não foram realizadas, aconselham o idoso à imunização”, explicou.
O infectologista e diretor-geral do Complexo de Doenças Infecto Contagiosas Clementino Fraga, Fernando Chagas, explica que os idosos têm mais chances de adquirir essas doenças por terem a imunidade fragilizada. “A vacina pneumo 23, por exemplo, protege contra meningite e alguns tipos de pneumonia. Algumas doenças virais, a exemplo da hepatite B, podem ser fatais no idoso, por isso é importante estar imunizado”, explicou.
A idosa Joaninha Dantas, 72 anos, perfurou o pé com um prego e foi ao Centro Municipal de Imunização, na Torre, tomar a primeira dose da vacina contra tétano, associada ao soro antitetânico. “Eu acabei de tomar a 1ª dose, mas vou ter que tomar o soro antitetânico no Hospital Edson Ramalho para a profilaxia ser completa”, afirmou.
O resultado do tratamento com a aplicação das doses recomendadas do soro antitetânico é mais eficiente quanto mais precocemente essas doses forem administradas. O calendário de vacinação são três doses, sendo um intervalo de dois meses após a primeira dose contra difteria e tétano e quatro meses a última. O reforço é a cada 10 anos.
Joaninha não tomou nenhuma dose da vacina contra Covid-19 nem da Influenza por recomendação do seu alergologista pois possui alergia a ovo de galinha. “Meu médico está avaliando a possibilidade de tomar a vacina, pois a dosagem é muito pequena e ao que tudo indica não causa grandes reações. Quero tomar a vacina o quanto antes”, declarou.
Foi comprovado cientificamente que pessoas com alergia a ovo de galinha de leve a moderada não apresentam reações adversas à vacina. Os casos de alergia grave devem ser encaminhados ao Centro de Referência Imunobiológicos Especiais (CRIE) para serem avaliados por um médico. “Caso haja a possibilidade de tomar a vacina, o usuário fica em observação no ambiente hospitalar”, esclareceu Fernando Virgulino. Por fim, o chefe de imunização da Secretaria de Saúde ressalta a importância de os idosos estarem com o calendário de vacinação regularizado para prevenção de doenças. “A vacinação protege contra as doenças imunopreveníveis, prevenindo que o idoso fique suscetível a essas doenças e venha a ter complicações, podendo evoluir ao óbito” enfatizou.
O casal de idosos, Marié Fernandes e José Batista Sobrinho, 77 anos e 87 anos, veio tomar a dose de reforço da Covid-19 no Centro Municipal de Imunização, na Torre. Eles já tinham sido imunizados com Influenza, porém não sabiam que existiam outras vacinas recomendadas para a terceira idade. Marié Fernandes tem várias comorbidades, por isso, considera a vacinação essencial. “Eu já estou com a idade avançada e minha saúde está debilitada. Tenho problemas no coração, pressão alta e diabetes. Logo, a terceira dose é muito bem-vinda”, ressaltou.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 04 de dezembro de 2021